Uma das rotas aéreas mais acessadas pela população do sul e sudeste do Pará, a Marabá-Belém-Marabá irá sofrer um grande revés a partir de junho. É que a Gol Linhas Aéreas vai cancelar o seu voo para a capital, mantendo apenas as decolagens entre Marabá e Brasília. O assunto tomou proporções nas redes sociais no dia 18 e ontem, procurada pelo Jornal CORREIO, a empresa aérea confirmou que realmente está encerrando o voo.
O e-mail de resposta da assessoria da empresa aos nossos questionamentos foi curto e direto: “A malha da Gol é dinâmica e constantemente revisada para melhor atender à demanda de seus clientes e movimentos do mercado. A partir de julho de 2017, a rota Marabá-Belém, será descontinuada. A companhia reforça que os clientes poderão fazer este trecho, a partir de julho, com escala no aeroporto de Brasília”.
O site para compras online de passagens já não aceita projeções Marabá-Belém para julho, apresentando como resposta a mensagem de “Indisponível”. Mas as mudanças começam a se acentuar já em junho, quando vários dias aparecem sem voos agendados para a capital.
Sem concorrência
A lua de mel que o marabaense e demais passageiros do sul do Pará vinham tendo com as viagens aéreas, conquista da concorrência, com valores mais atraentes, às vezes, que a própria viagem de ônibus, pode estar com os dias contados diante desta novidade.
O panorama começou a mudar há dois anos, quando a Tam fez o mesmo que a Gol está anunciando agora, passou a voar apenas Marabá-Brasília-Marabá e da Capital Federal para conexões Brasil afora. Restaram Gol e Azul na rota para Belém. Nos últimos meses esta segunda diminuiu a frequência de jatos Embraer operando por um avião menor, o modelo ATR, um tipo de turbo-hélices, bem menos confortável.
Com a saída da Gol, a Azul concentrará toda a demanda e tende a aumentar os valores de passagens, como é natural na lei da oferta e da procura. Pode ser o fim de trechos a R$ 139, ou às vezes R$ 90, durante as promoções relâmpago, valores ainda possíveis para os próximos dois meses, como confirmou repórter aqui do Jornal em várias projeções feitas ontem.
Reação
Profissional que viaja bastante para a capital para compromissos pessoais e de trabalho, o médico anestesiologista Raimundo Pereira Sobrinho Júnior é um dos mais chateados com a mudança, o que expos em postagem em suas redes sociais, com muita repercussão. Ontem, ao Jornal ele comentou: “Em um estado territorialmente tão grande, em que a capital fica a mais de 500 km, será um revés muito grande. Dependemos dessa rota para compromissos afetivos, de negócios, estudos e a alternativa fica empobrecida. A capital se afasta cada vez mais do interior”.
Raimundo Júnior ainda lembra que são inúmeros os profissionais só na sua área de saúde, sobretudo médicos de Belém que tiram plantões em hospitais de Marabá nos finais de semana. Para eles, o aumento dos valores das tarifas de passagens deve tornar inviável essa vinda para atender no interior.
Uma busca no movimento de passageiros no Aeroporto João Correia da Rocha, em Marabá, terminal que atende a pelo menos 30 municípios no sul e sudeste do Pará, indica que no mês de dezembro de 2016 foram 15.591 passageiros embarcados, média de 519 ao dia, ou 161 mil no acumulado do ano passado. Os desembarques naquele mês foram aproximados, com 13.607 passageiros. A Infraero ainda não divulga os números dos três primeiros meses do ano.
(Da Redação)
Foto: Jordão Nunes
Fonte: CT ONLINE
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