Com quase um ano e cinco meses de mandato, o terceiro governo Lula (PT) tem sido demandado amplamente por reajuste salarial pelas categorias de servidores do Poder Executivo federal. Greves começaram a eclodir no ano passado e houve sucesso na contenção de parte dos movimentos, como o dos auditores fiscais da Receita Federal, que conseguiram firmar acordo com o governo federal após quase três meses de paralisação.
O foco agora tem sido dado aos servidores da Educação e àqueles de órgãos ambientais (que incluem Ministério do Meio Ambiente, Ibama e ICMBio). No primeiro caso, o contingente de servidores é elevado – são 136 mil ativos, 51 mil aposentados e 12 mil pensionistas. Os profissionais da educação têm peso expressivo não só porque representam 23,9% do total de servidores ativos da Administração Pública Federal, mas também por integrarem a base de sustentação do governo petista.
Insatisfeitos com a falta de reajuste, docentes de universidades e institutos federais e servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) iniciaram movimentos grevistas neste ano, para aumentar a pressão.
Já o segundo grupo tem um peso simbólico, visto que o governo foi eleito com foco na agenda ambiental. A paralisação dos agentes ambientais gera queda no número de multas e autos de infração emitidos. Além disso, a imagem internacional que o governo quer passar atravessa a valorização dessa classe.
Há expectativa de que as negociações com esses grupos avancem e cheguem a uma resolução, no mais tardar, no segundo semestre. Outras categorias também negociam reestruturações de carreira e reajustes para os próximos anos e podem chegar a consensos com o governo.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reinstalou, no começo de 2023, a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) com os servidores públicos e prometeu dar mais atenção à relação com o funcionalismo. O primeiro acordo fechado foi o reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação
Mudando de estratégia, a partir deste ano, o governo resolveu negociar categoria por categoria. Ao todo, já foram firmados acordos com 11 categorias. Veja a lista:
Sem espaço no Orçamento de 2024 reservado para bancar um novo reajuste linear, o governo conseguiu conceder para o conjunto dos servidores um reajuste nos benefícios, que também fazia parte das demandas.
Válido a partir de maio, com pagamento retroativo em junho, o reajuste foi de 52% no auxílio-alimentação, acompanhado por um acréscimo na assistência à saúde complementar (auxílio-saúde) e outro na assistência pré-escolar (auxílio-creche).
O auxílio-alimentação passou de R$ 658 para R$ 1.000, o auxílio-saúde subiu de R$ 144 para R$ 215 e o auxílio-creche foi de R$ 321 para R$ 484,90.
Nesta semana, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) abriu 11 mesas de negociação com setores como Ciência e Tecnologia, Economia e Finanças, Infraestrutura, Defesa e Tráfego Aéreo, Desenvolvimento Regional e Previdência.
Atualmente, há 16 mesas específicas abertas com negociações em andamento e ainda ocorrem tratativas para abrir novas mesas. O governo se comprometeu a implementar todas as mesas específicas que ainda não foram abertas até julho.
Fonte: www.metropole.com
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