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Greve contra medida mantém mobilização

O movimento grevista dos docentes da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) realizou nesta segunda-feira (28) uma coletiva de imprensa no auditório do Campus I, na Folha 31, para falar sobre a mobilização e ocupação da instituição em Marabá. Na ocasião, os professores afirmaram que vão permanecer em estado de greve até o término da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, previsto para 13 de dezembro.

A votação em primeiro turno acontece nesta terça-feira (29). A mesa foi composta por docentes e um técnico administrativo, e a coletiva foi acompanhada também por alunos.

De acordo com a professora Lorena Fabini, do curso de direito e membro do comando de greve, após esta data, os docentes vão se reunir novamente com toda a comunidade acadêmica para decidir o que será feito. Ela lembrou que o intuito da coletiva era demonstrar que há enfrentamento e resistência à PEC 55 na universidade, uma vez que ela afeta toda a sociedade.

“A PEC começa a ser construída a partir de uma única fala, uma única voz, que é a do governo. E ele não dialoga com o movimento social ou com a comunidade para que se construa realmente um documento em que as pessoas possam ser representadas”.

A docente lembrou que durante a greve, os professores têm feito atos junto à comunidade para esclarecer sobre a mobilização. “A ideia é que a gente faça atos fora dos muros da universidade, porque o enfrentamento não se faz exclusivamente dentro da universidade, mas fora dela. E várias ações vão ser desenvolvidas”, afirmou.

No último domingo (27), houve panfletagem e conversa com a população sobre a proposta de emenda e suas consequências na Feira da Laranjeiras, núcleo Cidade Nova. Nesta terça-feira (29), dia marcado para acontecer o primeiro turno de votação da PEC-55 no Senado, haverá uma vigília envolvendo alunos, técnicos, professores e pessoas da comunidade que queiram participar.

Razões

Amintas Silva, membro do Sindunifesspa (Sindicato dos Professores da Unifesspa) e professor do curso de educação no campo, fez questão de ressaltar durante a coletiva que a greve não é por razões salariais. “O objetivo desta greve é justamente promover o debate acerca dessa proposta de emenda constitucional que a gente considera danosa para toda a sociedade e não só para a universidade”.

Ele lembrou que a greve não foi decidida para que os trabalhadores pudessem cruzar os braços, mas que uma grade de programação foi montada para dar sentido à mobilização. Ele estimou que aproximadamente 40 universidades federais em todo o país estão paralisadas. O docente Fábio Pessoa, do curso de história, endossou o que disse Amintas.

“Quando você propõe uma reforma na educação, tem que minimamente discutir com os setores da sociedade algo que vai afetar a todos. E é uma greve que se contrapõe a uma proposta que visa fazer modificações na sociedade brasileira em relação a investimentos públicos em um período de 20 anos”, explicou, observando ainda que o governo usa a justificativa de que o país arrecada pouco e gasta muito.

Greve

A greve dos docentes foi aprovada no dia 23 deste mês em assembleia realizada pelo sindicato da categoria (Sindunifesspa), no auditório do Campus I. A mobilização dos professores é consequência da Proposta de Emenda à Constituição 55, conhecida como PEC do Teto de Gastos, que tramita atualmente no Senado e limita os gastos públicos à variação da inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos.

Os técnicos administrativos da Unifesspa também entraram em greve, mas anteriormente ao corpo docente, paralisando as atividades no dia 11 de novembro. “Essa greve está unificada, os discentes começaram a ocupação na Unifesspa e várias universidades no país. Logo em seguida, os técnicos administrativos deflagraram greve. A mobilização agora é contra a retirada de direitos”, enfatizou Ywri Cortez, do comando local de greve dos servidores.

(Nathália Viegas)

Fonte: www.ctonline.com.br



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