Durante semanas, os moradores de Mariupol, no leste da Ucrânia, foram submetidos a um cerco imposto pelas forças russas enquanto sua cidade estava sob bombardeio implacável.
A maior parte do tempo era passada em abrigos subterrâneos, sem eletricidade ou gás, e com muito pouca comida e água.
Dezenas de milhares já fugiram e, de cidades em toda a Ucrânia onde encontraram abrigo, vêm compartilhando histórias de sobrevivência e fugas dramáticas.
Mas como seus filhos estão lidando com o horror da guerra?
A psicóloga Hanna Chasovnykova está ajudando famílias que fugiram de Mariupol em Dnipro, na região central da Ucrânia. Nas sessões de arteterapia, as crianças são instruídas a desenhar coisas que viram em sua cidade.
“Quando as crianças passam por experiências dolorosas, costumam pintar as coisas em cores escuras. A maioria dos desenhos é apenas em preto”, diz ela
“Neste caso de um menino de nove anos, a família passou muito tempo em um porão. Ele tinha medo de bombas e foguetes. Eles não tinham muito o que comer, então sua principal preocupação era com a comida. No início, a cesta estava vazia, depois acrescentou o sol, a grama e as flores, e transformou os aviões em pássaros, que atiravam ovos do céu.”
“Ele também acrescentou pyrizhky [um pão ucraniano] à cesta. Ele estava levando o pão para sua avó, que não podia deixar Mariupol. Se você olhar para o jeito que ele desenhou os olhos, você vê que eles são grandes, o que é um sinal de medo.”
Fonte: bbc news brasil
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