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Homem que se passava por pai de santo e foi condenado por crimes sexuais não tinha conhecimento sobre candomblé, diz MP

Acusado simulava incorporar uma entidade para convencer as vítimas a manter relações íntimas, como forma de realizar um ‘trabalho espiritual’. Caso foi investigado pela Polícia Civil em Sorocaba (SP).

O homem que se passava por pai de santo e foi condenado a 136 anos de prisão por crimes sexuais envolvendo 12 vítimas em Sorocaba (SP) não tinha conhecimento nenhum sobre o candomblé, de acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP).

A informação, divulgada pelo MP, destaca que a sentença cita como testemunha um babalorixá credenciado regularmente na associação da religião de matriz africana. Segundo ele, o réu não tinha o mínimo de conhecimento do candomblé e não existe na religião qualquer ritual envolvendo práticas sexuais.

Na denúncia, o promotor de Justiça Wellington dos Santos Veloso esclareceu que os estupros foram cometidos mediante violência e grave ameaça, sem que as vítimas tivessem condições de oferecer resistência em razão da total submissão religiosa ao réu.

Ainda conforme o MP, o acusado simulava incorporar uma entidade para convencer as vítimas a manter relações íntimas, como forma de realizar um “trabalho espiritual”.

Posicionamento da defesa

O acusado foi condenado por estupro continuado de 10 vítimas e estupro simples de duas vítimas. Somando cada crime, a pena foi estabelecida em 136 anos de prisão em regime inicial fechado.

Em nota, os advogados de defesa do acusado, Márcio Augusto Magalhães e Edson Alves Trindade, disseram que vão recorrer da decisão. Confira abaixo o posicionamento na íntegra:

“A respeitável sentença, absurda e contrária às diversas provas produzidas, será objeto dos recursos competentes vez que pautada em meras alegações infundadas e provas isoladas das supostas vítimas, as quais, em notório conluio, pretendem prejudicar o acusado pelos motivos já expostos nos autos. Importante salientar, ainda, que as próprias testemunhas arroladas pelo Ministério Público foram contrárias por diversas vezes à peça acusatória e não foram objeto de apreciação pelo nobre julgador, o qual, com a devida vênia, proferiu a respeitável decisão de forma injusta e que será devidamente combatida.”

Crimes sexuais

A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) informou que as vítimas relataram, na fase de inquérito, que o acusado usava uma suposta incorporação de espíritos para praticar os crimes.

Conforme os relatos, o pai de santo cobrava valores para realizar os trabalhos e dizia para os frequentadores que entidades obedeciam às ordens dele, levando os mesmos a acreditarem que ele controlava a vida e a morte, segundo a investigação.

Em seguida, ainda de acordo com os relatos, o acusado ameaçava direta e indiretamente as pessoas. Um dos locais dos mandados cumpridos pela polícia foi a casa do homem, onde também ficava o terreiro de candomblé.

Fonte: g1.globo.com



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