O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves localizou, nesta quarta-feira (12), um DVR (Digital Video Recorder) que pode não ter sido danificado durante o incêndio que atingiu três lojas na madrugada da última terça-feira (11), na Folha 31, Nova Marabá. O aparelho, que aparenta estar intacto, estava localizado em uma sala pouco atingida e pode estar armazenado imagens que apontem o início do fogo que causou a total destruição dos prédios.
Conforme Augusto Andrade, gerente regional do CPC Renato Chaves, hoje (quinta) o equipamento deverá ser encaminhado a um técnico para se tentar extrair as imagens que – caso existentes – serão periciadas pela equipe. O trabalho de análise do local teve início na quarta, sendo realizado por quatro peritos com o apoio de homens do Corpo de Bombeiros. Algumas áreas continuam isoladas, tendo sido liberadas apenas as que correm risco maior de desabamento, para que sejam demolidas, explicou o gerente.
Andrade informou, na noite de ontem, que foram coletados materiais e vestígios que passarão agora a ser avaliados. “Caso a gente sinta necessidade, poderemos retornar ao local para colher mais material”, afirmou. Ele destacou, ainda, que a temperatura dentro das lojas pode ter chegado a 900 graus Celsius, o que danificou inclusive a estrutura metálica dos prédios, que ficou retorcida. Conforme o perito, os dois prédios mais atingidos terão que ser demolidos.
A expectativa do CPC Renato Chaves é emitir o laudo entre 20 e 30 dias, contendo anexa a avaliação técnica que também está sendo realizada pelo Corpo de Bombeiros, já que os órgãos estão trabalhando em conjunto. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso. O incêndio de grandes proporções se iniciou por volta de meia-noite, entre segunda-feira e terça, se alastrando rapidamente pelas três lojas.
Durante a manhã do mesmo dia, homens do Corpo de Bombeiros permaneciam no local para a realização de um trabalho chamado de rescaldo – ação para completar a extinção do fogo e assegurar os espaços atingidos, devido à permanência de focos de incêndio nos prédios. Em entrevista ao CORREIO, o capitão Paulo César, do Corpo de Bombeiro, informou que o órgão foi acionado por volta de meia noite e meia.
“O nosso deslocamento durou certa de sete minutos. O incêndio dominou a área da loja e não se alastrou para o depósito de mercadorias, que fica aos fundos”, contou. Os bombeiros passaram a madrugada inteira tentando controlar o fogo, o que ocorreu somente por volta das 6 horas. “Tínhamos 30 mil litros de água”, completou. Militares do Exército também atuaram com três viaturas de combate a incêndio e tinham 35 mil litros de água.
De acordo com o capitão, 60 % do prédio foi consumido pelo fogo. No local havia muitos curiosos, que tentavam chegar perto da faixa de isolamento na tentativa de ver o que havia sobrado. O capitão falou que o aglomerado de pessoas no local era preocupante naquele momento. “Ainda tem fumaça, o que é prejudicial a saúde. A estrutura pode estar comprometida”, explicou. “A população se portou de forma correta e não houve saque no local”, completou.
Prejuízo atinge a casa dos milhões
Duas lojas ficaram complemente destruídas, a Eletro Mateus, que foi inaugurada recentemente, e a LeoLar Maxxim. Questionado sobre a estimativa do prejuízo, Ilton Mateus Rodrigues, diretor do grupo Mateus, somou R$ 5 milhões em eletrodomésticos. “Sem contar os equipamentos de escritório, avaliados em R$68 mil reais, que eram usados pelos nossos funcionários. E um carro em exposição, no valor de R$ 40 mil reais, que seria sorteado na semana do Dia das Mães”, lamentou. A loja que foi inaugurada recentemente ainda não tinha seguro, e contava com 30 funcionários, que já foram remanejados para outras lojas. “Estávamos ajustando as despesas para ver as possibilidades do seguro”, concluiu Ilton Mateus.
A equipe de Reportagem do CORREIO também realizou contanto com o gestor de segurança do Grupo LeoMaxxim, Júlio Amorim. Na ocasião, ele contou que foi através da empresa de monitoramento de alarme que ficou sabendo do incêndio. “Era meia noite e quarenta quando a plantonista do monitoramento me ligou para informar o disparo de alarme”, explicou.
Questionado sobre o valor do prejuízo, Amorim disse que até o momento não é possível responder, pois está aguardando o resultado do departamento de auditoria, que já está realizando essa pesquisa. “Fizemos o boletim de ocorrência, solicitamos a pericia do IML, a técnica e de danos estruturais, para sabermos se será preciso demolir o prédio ou não”, completou dizendo que no momento é preciso esperar os laudos periciais antes de tomar qualquer atitude.
Sobre o seguro da loja, Amorim contou que o estabelecimento não estava assegurado. De acordo com ele, os 10 funcionários que trabalhavam na loja já foram remanejados para outras filiais. Ainda na tarde da terça (11), o grupo LeoMaxxim divulgou uma nota agradecendo o apoio dos colaboradores, parceiro e clientes. Trecho da nota diz “Em breve estaremos com uma nova unidade pronta”.
(Larissa Rocha com informações de Luciana Marschall)
Fonte: CT ONLINE
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