IPCA também perde força no acumulado de 12 meses e atinge 3,93%, diz IBGE
A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,16% em março, após marcar 0,83% em fevereiro, apontou nesta quarta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O novo resultado ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 0,25% em março.
A alta de 0,16% é a menor para o mês desde 2020. Naquele período, marcado pelo início da pandemia de Covid-19, a inflação havia sido de 0,07%.
Com o novo resultado, o IPCA desacelerou a 3,93% no acumulado de 12 meses. É a menor taxa acumulada desde junho de 2023 (3,16%). Nesse recorte, a inflação era de 4,50% até fevereiro deste ano.
ALIMENTOS SOBEM MENOS
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 6 tiveram alta de preços no IPCA de março. A maior elevação (0,53%) e o principal impacto positivo no índice (0,11 ponto percentual) vieram de alimentação e bebidas.
A inflação do grupo, contudo, foi menor do que a verificada em fevereiro (0,95%). Isso ajudou a atenuar o resultado geral do IPCA.
A alimentação no domicílio, que integra o segmento de alimentação e bebidas, desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março.
Ainda houve pressões de itens como cebola (14,34%), tomate (9,85%), ovo de galinha (4,59%), frutas (3,75%) e leite longa vida (2,63%).
“Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, disse o gerente da pesquisa do IPCA, André Almeida.
EDUCAÇÃO DÁ TRÉGUA APÓS REAJUSTES
Educação foi outro grupo que contribuiu para a trégua da inflação. A alta dos preços do segmento passou de 4,98% em fevereiro para 0,14% em março.
No segundo mês de 2024, o ramo havia puxado o IPCA devido aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não se repetiu na pesquisa mais recente.
PASSAGEM AÉREA E GASOLINA ALIVIAM TRANSPORTES
Entre os grupos, a principal queda de preços veio dos transportes em março: -0,33%. O segmento contribuiu com -0,07 ponto percentual no IPCA.
O IBGE identificou uma baixa de 9,14% nos preços da passagem aérea, que faz parte dos transportes. Foi a terceira redução consecutiva das tarifas.
Segundo Almeida, o fim da demanda por viagens das férias de verão e a baixa do querosene de aviação podem explicar o comportamento dos preços. Apesar do alívio recente, a passagem ainda acumula alta de 18,65% em 12 meses.
A gasolina, por sua vez, subiu 0,21% em março, após avanço de 2,93% em fevereiro. A inflação menor do combustível também impactou o resultado de transportes, indicou o IBGE.
Fonte: www.folha.oul.com.br
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