Você viajaria para outro país com o objetivo de ser imunizado contra a Covid-19? Algumas nações têm promovido o chamado turismo vacinal, considerando que o maior atrativo é justamente a possibilidade de ser imunizado contra o vírus que assusta o mundo.
Em caso de pessoas que já tenham tomado a primeira dose ou mesmo as duas doses de imunizantes de outros fabricantes, é recomendado tomar mais uma vacina de outra farmacêutica? Existe alguma contraindicação ou mesmo um benefício?
“Teoricamente, isso se chama intercambiabilidade de vacinas. É provável que a estratégia até otimize a resposta vacinal, sem prejuízos nem riscos no que diz respeito a efeitos adversos”, explica o médico infectologista José David Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal. O profissional da saúde, entretanto, ressalta que, até agora, não há evidências médicas sobre o assunto. Em outras palavras, não há comprovação científica a respeito de segurança e eficácia.
Sob o aspecto coletivo, o médico questiona ainda a decisão de algumas nações usarem a vacinação de estrangeiros como estratégia para promover o turismo. “Tenho questionamentos éticos em relação ao turismo vacinal: se está sobrando vacinas para aplicar em turistas, por que não mandam essas doses para países que ainda nem começaram a vacinar por ausência de recursos?”, pergunta Urbaez.
Deslocamento
O infectologista André Bon recomenda que aqueles que cogitam realizar o turismo vacinal avaliem os riscos de pegar Covid-19 durante o deslocamento. “Não existe, a princípio, nenhum prejuízo em tomar uma outra vacina se você já foi vacinado, mas também não temos estudos e dados que possam comprovar algum benefício”, afirma.
Para quem recebeu uma primeira dose e ainda espera pela segunda aplicação, André sugere paciência. “No caso da segunda dose, a recomendação é que ela não seja trocada. Não existe fazer a imunização com uma vacina e tomar o reforço com outra.”
No Brasil, o Plano Nacional de Imunização (PNI) prevê, até o momento, o uso de três fórmulas aprovadas no país. Estão em curso a aplicação de doses da Coronavac, da vacina de Oxford/AstraZeneca e da vacina Pfizer/BioNTech.
Fonte: romanews.com
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