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‘John Wick 3: Parabellum’ tem melhores cenas de ação da série e história que não evolui

“John Wick 3: Parabellum” é como o globo da morte, aquela atração de circo na qual motociclistas rodam numa esfera de metal. O filme estreia nesta quinta-feira (16) no Brasil e tira o fôlego do público com uma ação ainda mais alucinante que seus antecessores. Mas no fim nunca sai de verdade do lugar.

O terceiro capítulo da franquia, cujo surpreendente sucesso começou com “De volta ao jogo” (2014), tem os melhores e mais insanos combates da série. E é por isso que os fãs continuam voltando.

“Parabellum” até aprofunda mais a mitologia construída sobre essa sociedade de assassinos, enquanto dá pistas sobre o passado do protagonista infalível interpretado por Keanu Reeves (“Matrix”). Mas termina praticamente no mesmo ponto em que começou.

Dessa (3ª) vez (ainda) é pessoal

John Wick continua em sua rota de destruição a partir do ponto em que “Um novo dia para matar” (2017) terminou. Expulso e perseguido pela organização secreta de assassinos por quebrar as regras, ele enfrenta desafios cada vez maiores para continuar vivo.

No momento em que fica difícil de entender por que o ex-matador luta tanto pela sobrevivência, ele mostra que seu único objetivo é poder continuar lembrando da mulher, vítima de uma doença terminal.

A explicação dá um pouco mais de coração a um filme que poderia ser só lutas e tiroteios (e feridas e cicatrizes futuras) e tira um pouco do ridículo inicial. Apesar de piadas constantes, John Wick não declarou guerra contra o mundo por causa apenas de um cachorrinho.

Reeves continua a alma do personagem. É muito difícil imaginar como a série daria certo sem seu carisma sereno e sua fúria contida mas animalesca nos momentos certos. Sua resiliência diante dos mais variados castigos torna crível a ação cada vez mais incrível. E isso não falta a “Parabellum”.

Keanu Reeves em cena de 'John Wick 3: Parabellum' — Foto: Divulgação

Coices aos 54 anos

Uma das maiores contribuições do ator ao papel, aos 54 anos, é conseguir convencer como essa máquina imparável de golpes e tiros. Claro, grande parte disso se deve à equipe de coreógrafos e dublês, mas Reeves é o responsável por vender a ação, que se mostra cada vez mais inventiva.

Desde cavalos usados quase como armas na mão do protagonista, a uma luta sensacional em motos, “Parabellum” brilha nas maneiras inacreditáveis em que apresenta seus confrontos.

A adição de dois mestres das artes marciais como adversários aumenta ainda mais a diversão. Mark Dacascos (“Agents of Shield”) prova que tem lenha pra queimar como o grande antagonista, mas é Yayan Ruhian quem irá empolgar os fãs do gênero. Há uma cena que parece tirada direto de “Operação Invasão” (2011), filme indonésio que o revelou para o resto do mundo.

Keanu Reeves e Mark Dacascos em cena de 'John Wick 3: Parabellum' — Foto: Divulgação

Correndo no mesmo lugar

O capítulo conta ainda com o maior elenco da franquia. Além de Ian McShane (“Deuses Americanos”) e Lawrence Fishburne (“Homem-Formiga e a Vespa”), entram neste universo duas ganhadoras do Oscar: Halle Berry (“Kingsman: O Círculo Dourado”) e Anjelica Houston (“Transparent”).

Infelizmente, suas participações são exemplos do problema da narrativa. Assim como o caminho percorrido por Wick ao longo do filme, suas personagens ajudam a expandir a história do assassino, mas aparecem do nada e desaparecem para lugar nenhum.

Ao fim de “Parabellum”, a sensação é essa. Seu antecessor até foi mais fraco no placar geral, mas pelo menos a história avançou. Desta vez, apesar de todas as cicatrizes ganhas, o herói volta exatamente para onde estava duas horas e dez minutos antes.

Tudo bem, também. John Wick e Keanu Reeves não parecem estar nem perto de querer parar. E duvido encontrar alguém que vá reclamar disso na cara deles.

Keanu Reeves, Halle Berry e dois cachorros em cena de 'John Wick 3: Parabellum' — Foto: Divulgação
Keanu Reeves e Anjelica Houston em cena de 'John Wick 3: Parabellum' — Foto: Divulgação

Fonte: G1 Pará



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