De acordo com ela, Maria Luísa caiu de um telhado na casa de uma amiga e foi levada para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento Samambaia. “Ela foi para a casa da amiga, e a mãe dessa amiga mora do lado. Então a amiga esqueceu a chave na casa da avó, elas entraram pela casa da mãe da menina, que as duas sacadas são do lado uma da outra. Mas minha filha se desequilibrou e caiu”, conta.
Porém, segundo a mãe, na UPA, o médico não solicitou que a jovem fizesse exame de raio-x e também não foi feita nenhuma receita médica com remédios. “Ela tomou 28 pontos, mas ainda sim estava sentindo muito desconforto. Fui na UPA e solicitei o prontuário, para fazer uma denúncia, mas foi negado. Disse que chamaria a polícia e só assim me passaram o nome do médico”, afirma.
Após cinco dias, a mãe relata que passou a sair uma secreção dos pontos da jovem e ela a levou no Hospital Irmã Dulce. Mas, no local, foi informado que aquilo era normal e a profissional de saúde que atendeu Maria também não identificou que ela estava com um vidro alojado nas costas.
No dia 9 de março, a jovem retirou os pontos e retornou a rotina de trabalho. Mas, na última segunda-feira (14), Jamile precisou ir até São Paulo para uma reunião de trabalho e levou a jovem até um pronto atendimento, devido a dor constante que a filha ainda sentia.
No pronto atendimento de São Paulo, a médica cirurgiã encontrou um pedaço de vidro alojado nas costas da menina, solicitou a internação e que fosse realizado o procedimento para retirada do objeto, que foi realizado na madrugada de terça-feira (15), após a jovem ser transferida a outro hospital.
“O atendimento em São Paulo foi completamente diferente, fomos muito bem atendidas. Só não foi possível suturar o ferimento pelo risco de infecção. Minha filha ficou traumatizada e eu vou tomar os procedimentos cabíveis com relação ao médico que a atendeu primeiro na UPA de Praia Grande e não notou esse vidro, além de não ter solicitado ao menos um exame, e ela ter ficado com um vidro de 5 centímetros no corpo”, lamenta.
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que a UPA Samambaia é gerenciada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). A administração municipal também informa que a Secretaria de Saúde (Sesap) está abrindo um processo administrativo para apurar o caso e tomar todas as providências cabíveis.
Questionada, a SPDM informou que, com relação ao atendimento na UPA Samambaia, a paciente foi examinada, recebeu os cuidados médicos e em seguida teve alta. Já com relação ao atendimento no Hospital Irmã Dulce, a Associação afirma que a paciente deu entrada na unidade, foi examinada e recebeu tratamento de acordo com as necessidades clínicas.
A direção do hospital informa que está à disposição da família para eventuais dúvidas em relação a conduta médica.