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Juíza Gabriela Hardt não consegue remoção e continua na Lava Jato, em Curitiba

Em maio, juíza substituta tinha se candidatado à remoção para jurisdição de Florianópolis (SC). Hardt está à frente da operação desde 20 de maio. Titular da vara, Eduardo Appio, está afastado.

A juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, não teve o pedido de remoção de jurisdição atendido e, assim, continuará à frente da Operação Lava Jato. Hardt fez o pedido em maio deste ano.

A juíza assumiu oficialmente a vara da operação em 20 de maio, quando o juiz titular, Eduardo Appio, entrou de férias. Na sequência, Appio foi afastado provisoriamente da operação. Caso seja mantido afastado, é Hardt quem o substitui.

Conforme apuração da GloboNews, Hardt não conseguiu a vaga de remoção porque um juiz com mais anos de magistratura também se candidatou – o tempo de trabalho ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) era critério de escolha.

A confirmação de remoção deve ser publicada ainda nesta quarta-feira (14), em Diário Oficial.

De acordo com o TRF-4, a juíza tinha solicitado a remoção para Florianópolis (SC).

Quem é Gabriela Hardt

Hardt é paranaense, tem 47 anos e cresceu em São Mateus do Sul, a 150 quilômetros de Curitiba. O pai dela trabalhava em uma unidade da Petrobras que fica na cidade.

Antes de substituir Appio, a juíza também foi substituta do ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil) durante processos da operação. Em 2019, ela condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do sítio de Atibaia. A decisão foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela também foi acusada de plagiar no processo uma sentença do agora senador. Relembre abaixo.

Formada em direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde o ex-juiz Sérgio Moro dava aulas, ela prestou concurso para a Justiça Federal em 2007 e foi nomeada juíza dois anos depois para uma vaga em Paranaguá, no litoral do estado.

Em 2014, foi nomeada juíza substituta na 13ª Vara Federal e assumia os trabalhos quando o juiz Sergio Moro saía de férias.

Em uma dessas ocasiões, em maio de 2018, Gabriela Hardt mandou prender o ex-ministro José Dirceu, que na sequência conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Também no ano de 2018, em novembro, foi ela quem assumiu o cargo à frente da 13ª Vara Federal de forma provisória quando o atual senador deixou a magistratura para virar ministro do governo Bolsonaro.

A juíza também foi responsável por reconhecer legalidade nas palestras ministradas pelo presidente Lula às empreiteiras investigadas na operação. Ela também liberou parte dos valores de recursos e bens que estavam bloqueados.

Em 2019, a defesa de Lula citou a repetição da palavra “apartamento” como um indício de que Gabriela teria plagiado texto de Sergio Moro no processo do sítio de Atibaia, como publicado pelo O Globo. Ela negou o plágio, e alegou ser comum que os juízes federais aproveitem sentenças de colegas para não ter de começar a redigir uma decisão do zero.

Hardt afirmou que fez sentença com base na do colega, mas sozinha, e esqueceu de tirar a palavra “apartamento”. Ela frisou, contudo, que a fundamentação e os fatos narrados eram diferentes no documento por ela redigido.

Neste ano, Gabriela determinou a operação da Polícia Federal que investigava ameaças contra Moro vindas de uma facção. Nove pessoas foram presas.

Fonte: g1.globo.co



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