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Justiça do DF nega pedido para devolver carros de luxo do influencer Klebim apreendidos pela polícia

Defesa alegou que veículos, alguns dos quais são avaliados em mais de R$ 3 milhões, estão em ‘elevado risco de avarias’; juiz negou argumento e afirmou que bens estão protegidos. Kleber Moraes foi preso em março deste ano e é acusado de lavagem de dinheiro.

A Justiça do Distrito Federal negou, na quinta-feira (15), um pedido da defesa do influenciador Kleber Rodrigues de Moraes, o “Klebim”, para receber de volta os carros apreendidos durante a operação que o prendeu, em março deste ano. Ele nega os crimes.

No pedido, a defesa argumentou que os veículos, alguns dos quais são avaliados em mais de R$ 3 milhões, estão em “elevado risco de avarias”, por estarem “expostos a todos os tipos de adversidades climáticas, em local aberto e sem qualquer tipo de proteção”.

No entanto, segundo o juiz Francisco Marcos Batista, os bens estão custodiados pela Divisão de Custódia de Bens, da Polícia Civil do DF, e protegidos contra ação do tempo. O magistrado alegou ainda que “os veículos não sofreram nenhuma deterioração durante o período em que estão sendo mantidos sob a custódia da PCDF”.

A decisão destaca que a apreensão dos bens tem como finalidade impedir que o investigado, ao longo do processo, se desfaça desses itens, dificultando a reparação dos danos. Por estarem relacionados aos supostos crimes cometidos pelo influenciador, o juiz negou a devolução dos carros.

Kleber Moraes foi preso no âmbito da Operação Huracán, em março deste ano, e acabou solto cinco dias depois. Ele é suspeito de fazer rifas ilegais de carros “tunados” nas redes sociais, e de lavagem de dinheiro.

Outras três pessoas também foram presas na operação. A polícia afirma que eles são associados e amigos do influencer:

  • Pedro Henrique Barroso de Neiva, de 37 anos
  • Vinícius Couto Farago, de 30 anos
  • Alex Bruno da Silva Vale, de 28 anos

As investigações apontaram que o grupo movimentou cerca de R$ 20 milhões entre 2021 e 2022. As apurações tiveram início após o recebimento de uma denúncia pela Polícia Civil.

Segundo os investigadores, os veículos rifados eram preparados com rodas, suspensão e som especiais, e os sorteios eram anunciados em um site. Como possuíam muitos seguidores, os investigados vendiam facilmente as rifas, segundo a polícia.

No entanto, a distribuição de prêmios por meio de sorteios deve seguir uma série de regras estabelecidas pelo Ministério da Economia, o que não era feito pelo grupo. Por isso, a atividade era ilegal. Há ainda suspeita de que eles emprestavam dinheiro a criminosos que realizavam roubos e furtos.

‘Rede de laranjas’

A polícia afirma que o grupo usava uma “rede de laranjas” para lavar o dinheiro das rifas ilegais. Um mecânico suspeito de emprestar a conta bancária para uso no esquema tinha renda de R$ 5,3 mil mensais, mas movimentou R$ 3,4 milhões em seis meses. Uma mulher, com renda de R$ 1,2 mil, repassou R$ 600 mil a empresas de Klebim, em três meses, segundo os investigadores.

Os investigadores afirmam que, quando o influenciador anunciava a rifa de um veículo, contava com parceiros que replicavam o anúncio nas redes sociais e em três sites que organizavam o sorteio ilegal.

O dinheiro arrecadado nas rifas era, então, direcionado – por plataformas de pagamento online – para as contas das empresas do influenciador e dos “laranjas”, de acordo com a polícia. O grupo incluía pessoas de Brasília, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo as investigações, depois que o dinheiro caía na conta dos “laranjas”, era devolvido para “Klebim”. A polícia afirma que os “laranjas” faziam transferências para as contas de três empresas do influencer.

À época, Kleber negou as acusações. “Uma lei pré-histórica, lei da década de 40, não vale. Vivemos em uma era digital e precisamos que essa lei seja atualizada”, afirmou em vídeo divulgado nas redes sociais para justificar os sorteios de veículos.

Fonte: g1.globo.com



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