O Brasil apresentou melhorias no atendimento prestado na atenção primária nas regiões de difícil acesso, de extrema pobreza e de alta vulnerabilidade do país desde a implantação do programa Mais Médicos. Um estudo elaborado pela Rede Observatório do Programa Mais Médicos mostra que, entre 2013 e 2015, o número de consultas nas áreas atendidas aumentou 33%, enquanto a quantidade de internações ficou 4% menor. Além disso, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a iniciativa reduziu internações por complicações de diabetes e hipertensão nos anos de 2014 e 2015.
Após reformulações para incentivar o candidato a permanecer mais tempo nas regiões de vazios assistenciais, o programa abriu inscrições na sexta-feira (26/5) para 5.970 vagas em todas as regiões do Brasil.
As novas medidas fomentam a importância do Mais Médicos para a sociedade brasileira. Para ter ideia, antes da iniciativa, cerca de 1,2 mil municípios enfrentavam escassez de profissionais, o equivalente a 21,6% do total de cidades brasileiras; após dois anos da criação, o número de regiões com essa dificuldade caiu para 777 (cerca de 14%).
“Atuar pelo Mais Médicos está sendo uma experiência incrível por podermos, de forma organizada, contribuir com a assistência à saúde dos cidadãos. Fazer parte da grande equipe que oferece cuidado à população por meio do SUS é muito gratificante por ver a diferença sendo feita cotidianamente através de um acesso básico, necessário e fundamental às pessoas.”
Elisane Dias Maciel, médica atuante em Tobias Barreto, em Sergipe, na Unidade de Saúde Zilda Arns
A médica de 29 anos também reforça que a atenção voltada aos cidadãos é feita de forma muito atualizada, pois, constantemente, a equipe recebe orientações e estudos sobre temas da área. “Esse serviço de qualidade oferecido à comunidade contribui não só para uma sociedade mais estruturada e saudável como nos faz seres humanos mais empáticos e zelosos.”
A expectativa do governo federal é que o Brasil tenha 28 mil profissionais do Mais Médicos em atuação até o fim deste ano. Com o trabalho deles, a previsão é que mais de 96 milhões de brasileiros sejam beneficiados.
Além da assistência à sociedade, os participantes terão outros benefícios. As atualizações do Mais Médicos tem o intuito de “atrair e valorizar o profissional que participa do programa e, assim, garantir o cuidado da população e das comunidades”, como explica o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.
“O novo Mais Médicos está ofertando quase 6 mil vagas no programa e quem participa tem a chance de garantir a formação em Medicina de Família e Comunidade. Nosso objetivo é que os profissionais com registro no Brasil ocupem as vagas que estão sendo ofertadas e, por isso, pensamos em tantas estratégias de incentivo.”
Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde
Uma das mudanças do novo edital é o tempo de atuação dos profissionais, que foi de três para quatro anos, com a possibilidade de estender pelo mesmo período.
Além disso, médicos brasileiros formados no Brasil terão prioridade para entrar no programa. Porém, brasileiros formados no exterior e estrangeiros também são incentivados a inscreverem-se e concorrerão a vagas remanescentes.
Outra mudança é a oportunidade de especialização em Medicina de Família e Comunidade e mestrado em Saúde da Família. Segundo a portaria interministerial da Saúde e da Educação, serão 44 horas de carga horária nos cursos de aperfeiçoamento lato ou stricto sensu, sendo 36 horas semanais dedicadas às atividades assistenciais e oito horas para atividades de formação.
Também terá um incentivo, proporcional ao valor da bolsa, para participantes atuarem mais tempo nas áreas vulneráveis. Ao permanecer 48 meses no programa, o integrante do Mais Médicos pode receber um incentivo de até R$ 120 mil – equivalente a 20% do total recebido no período.
Os benefícios não param por aqui: profissionais formados com auxílio do Financiamento Estudantil (Fies) poderão receber até R$ 475 mil como incentivo para continuar no Mais Médicos, a depender da localização, tempo de permanência e valor da dívida pela graduação.
E o apoio vai além do financeiro. As médicas que se tornarem mães durante a atuação no programa terão direito a seis meses de licença-maternidade, com complemento no valor pago pelo INSS para alcançar o valor da bolsa do Mais Médicos. Os que se tornarem pais também terão o benefício e mais 20 dias de licença.
Este ano, são 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios em todas as regiões do Brasil. A inscrição é feita por meio do Sistema de Gerenciamento de Programas (SGP) até 31 de maio. O próximo passo é, após o tempo de validação da inscrição, escolher as áreas em que prefere atuar.
Prazo de inscrição: 26 a 31 de maio
Prazo de validação da inscrição: de 1º a 5 de junho
O local de atuação será escolhido conforme titulação do candidato, formação e experiência prévia no projeto. Em caso de empate, terão preferência os profissionais de residência mais próxima do local de atuação no Mais Médicos, os com maior tempo de formado e os de maior idade.
* Caso o médico já tenha participado do Mais Médicos e sido desligado por descumprimento das regras ou deixou o programa em menos de 180 dias, não será possível se inscrever no edital.
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