Nenhum ônibus coletivo saiu da garagem na manhã desta segunda-feira (9) porque os 310 rodoviários paralisaram o transporte coletivo. Os trabalhadores reivindicam o pagamento de três meses de salários atrasados e sete meses de vale alimentação. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviários do Estado do Pará (Sintrasul), Ozéias Brandão, as empresas TCA e Nasson não estão cumprindo com um acordo de que 50% do arrecadado pelos ônibus deveriam ser destinados ao pagamento de salários.
“A ferramenta que o trabalhador tem é essa e é ela que está sendo usada para resolver esse problema. Porque o trabalhador está cansado de prestar um bom serviço e nada receber. Não estamos reivindicando aumento de salário ou outra coisa, a não ser receber o trabalho que já foi prestado”, explica.
A espera pelos ônibus em Marabá já é um problema que a população enfrenta diariamente, imagina, então, numa segunda-feira, no horário de pico, que vai exatamente até as 10 horas.
ESPERA SENTADO, PORQUE EM PÉ…
Na parada de ônibus na Rodovia Transamazônica, em frente o Centro de Saúde Pedro Cavalcante, mais de 15 pessoas aguardavam por ônibus pouco antes das 8 horas da manhã. O comerciário Dirceu Cavalcante Lima, 28, disse que virou refém das empresas de ônibus e avalia que a Prefeitura precisa tomar alguma atitude para evitar que as duas continuem prestando serviço de forma tão precária. “Eles falavam que depois que o terminal de integração começasse a funcionar tudo iria se resolver, mas já tem mais de dois meses e não vi mudança nenhuma, porque os ônibus continuam demorando para passar e as greves não acabam”, queixa-se.
A reportagem do Correio entrou em contato com o advogado das empresas TCA e Nasson, Robert Silva, mas ele não atendeu às ligações.
PROBLEMA SE REPETE
Não é de agora que os rodoviários fazem greve na tentativa de receber os pagamentos atrasados. Na última paralisação, realizada em agosto deste ano, quando mais de 20 carros foram parados no Terminal de Integração de Marabá, os passageiros que embarcaram sem saber que haveria paralisação e simplesmente foram deixados no terminal, longe do destino final.
A estratégia dos motoristas é voltar a colocar os ônibus nas ruas às 10 horas da manhã de hoje e paralisar de novo às 16 horas, e permanecer assim todos os dias, até os salários e vale alimentação serem pagos.
(Fabiane Barbosa com informações de Chagas Filho)
Fonte: Correio de Carajás
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