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Marabá vai para o fundo em quarta-feira de dilúvio

Antes mesmo de o dia clarear nesta quarta-feira, dia 8 de dezembro, a chuva já anunciava que causaria transtornos para milhares de marabaenses. Foram mais de três horas de toró, pé-d’água, aguada, borrasca, carga d’água, dilúvio ou outro nome que você preferir. Além das tradicionais goteiras, novas apareceram em muitos imóveis – residências e comércio. O que não faltaram foram fotos e vídeos produzidos por moradores e motoristas em vários trechos da cidade.

Mas não ficou só nisso. A tromba d’água causou alagamentos em todos os núcleos, da periferia ao centro, deixando prejuízos para comerciantes e donos de casa. Locais de alagamentos tradicionais, como a Avenida Boa esperança e Avenida Manaus, sucumbiram mais uma vez, apesar dos milhões gastos pela Prefeitura para tentar resolver o problema crônico de ambas. Até mesmo a Grota Criminosa – palco de tantas obras – transbordou pela milésima centésima vez e os moradores voltaram a reclamar.

Grota Criminosa, entre as folhas 27 e 22, transbordou mais uma vez e trouxe medo aos moradores

Mas o que dizer da moderna duplicação da Rodovia Transamazônica, entre o Km 6 e a Ponte do Itacaiunas? Dois pontos de alagamento começaram a aparecer em partes baixas desse trecho. Em frente à antiga Casa do Adubo e Sevop (Secretaria Municipal de Obras) os condutores tiveram dificuldades para transpor o rio que se formou na avenida.

Outro ponto crítico neste dia de chuva na mesma avenida foi em frente à sede administrativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, onde um outro rio se formou e causou alagamento no prédio. “A gente que tem carro baixo passava devagar, mas os caminhões andavam mais velozes e a água invadia a sede da Igreja Adventista”, narra a jornalista Ana Mangas, do Portal Correio de Carajás, quando veio de casa para o trabalho, por volta das 7h50 de hoje.

Dois pontos de alagamentos foram registrados na Transamazônica, e veículos tiveram dificuldades para passar

No Bairro Novo Horizonte, o encontro da Rua Antônio Araújo com a Castanheiras foi para o fundo. Os bueiros não aguentaram a vazão do volume de água e as casas de um perímetro de 50 metros também foram invadidas pela água da forte chuva.

A Avenida Nagib Mutran, em um dos pontos mais altos do Núcleo Cidade Nova, carimbou alagamento que invadiu várias lojas e causou surpresa para motoristas próximo ao Posto do Bolinha. “Eu trabalho aqui há muitos anos e não tinha visto essa cena. É muita água, mano, mas também acho que os bueiros deviam estar entupidos”, destacou.

A lendária Avenida Manaus, próximo ao Supermercado Caiçara, mostrou sua velha tradição para alagamentos. Os moradores achavam que não teriam mais os problemas do passado depois que uma grande obra foi realizada pela Prefeitura de Marabá há cerca de um ano e meio. “Mas agora a gente viu que não podemos confiar. Aqui, quando começava a chover, a gente colocava as coisas mais valiosas em cima das mesas. Agora, voltou tudo de novo”, lamenta o comerciário Cláudio Abreu Dias.

Nilson Rodrigues Amoury, morador da Rua Manoel Pedro de Oliveira, no Bairro Laranjeiras, reclama que todas em cada situação como esta alaga tudo e água não escoa para as galerias. “É a falta de manutenção, porque o povo joga lixo próximo às galerias e nós pagamos o preço depois”, queixa-se.

A poucos metros dali, na Feira coberta do Laranjeiras, o alagamento causado pela forte chuva deixou enormes prejuízos e muita dor de cabeça para os feirantes, que reclamam da falta de solução para aquele dilema.

Feira das Laranjeiras alagada mais uma vez, causando prejuízos aos feirantes

O feirante Juarez Pereira de Souza diz que precisa sempre deixar seus produtos pendurados, mas quando esquece, molha tudo: confecções, calçados. Essa chuva começou cedo que eu tive de colocar a moto pra dentro da loja também”, conta”.

Juarez Pereira relata que toda chuva forte a Feira alaga e traz prejuízos

Este é o mesmo drama da Igreja do Evangelho Quadrangular, na Avenida 31 de Março, localizada também no Laranjeiras, que amanheceu embaixo d´água. Sônia Barbosa Monteiro, membro da congregação, disse que uma equipe da Secretaria de Obras esteve na região para fazer a limpeza e manutenção das galerias e bueiros e que passaram mais de três meses para terminar os serviços. “Aconteceu aquilo que a gente previa. Estamos aqui sofrendo com a igreja que está cheia de água, porque só tem um bueiro. E agora, quem vai pagar o ”.

Igreja Evangélica Quadrangular também foi inundada pela forte chuva

NOTA DA PREFEITURA

Em nota, a Prefeitura de Marabá informou o seguinte sobre os alagamentos: “A Defesa Civil informa que das 5 horas da manhã até o momento desta quarta-feira (8 de dezembro), choveu 57 milímetros (mm) e a previsão é de 124 mm nas próximas 24 horas, segundo o Boletim do Centro Nacional de Alertas e Desastres Naturais – CEMADEN.

O forte temporal resultou em mais de 15 pontos de alagamentos pela cidade, como Grota do Aeroporto, parte da Avenida Antônio Vilhena, um trecho da Avenida Manaus, alguns pontos da Avenida Tocantins, um ponto na Avenida Cuiabá, um ponto na Avenida Belém, um ponto na Avenida Nagib Mutran, parte da Feira da Laranjeiras, parte da Rodovia Transamazônica, nas proximidades do Km 4, e na marginal da rodovia, próximo à Folha 33, e em alguns pontos nas Folhas 14, 16, 22, 27 e 28, além do Residencial Delta Park.

O Serviço de Saneamento Ambiental (SSAM), a Defesa Civil e o Departamento de Postura estão atuando com mais de 20 equipes de limpeza, o que resulta em cerca de 100 servidores em campo, trabalhando em diversos pontos críticos de alagamento da cidade, na retirada, principalmente de lixo residencial, que se acumulou em grotas e bueiros impedindo o fluxo normal e escoamento da água.

A Prefeitura reafirma e solicita ainda a toda a população que não jogue lixo dentro de bueiros e grotas, que aguarde a passagem diária do carro coletor, a fim de evitar alagamentos provocados por acúmulo de lixo residencial em bueiros e grotas”.

Fonte: correiodecarajas.com.br



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