Menos de um mês após seu lançamento, a missão chinesa Chang’e-5 foi finalizada com sucesso e, cumprindo as expectativas dos envolvidos na empreitada, trouxe amostras de rochas lunares a nosso planeta. O pouso da cápsula contendo os materiais ocorreu às 14h30 (horário de Brasília; 1h30, horário local) em uma região da Mongólia e demonstra a capacidade crescente do país asiático no setor.
De acordo com pesquisadores, fragmentos do tipo são capazes de fornecer uma nova visão sobre a geologia e a história do corpo celeste. Durante o processo, uma sonda composta por vários elementos foi colocada ao redor da Lua, que se separaram, com metade deles descendo à superfície.
Além disso, o sistema de sondagem contava com uma espécie de pá e uma furadeira, responsáveis por desenterrar, em apenas dois dias, aquilo que foi trazido para cá.
Depois disso, tudo foi elevado novamente à órbita e transferido para o módulo de retorno. Ao chegar próximo da Terra, um outro aparelho o encontrou, liberado pouco antes da reta final do percurso, e o conduziu até o solo.
Helicópteros com câmeras infravermelhas acompanharam a aterrissagem, assim como equipes de apoio em solo, que, com seus SUVs, fincaram a bandeira da China no gramado próximo ao módulo. Ainda assim, nada foi tão suave quanto parece.
Engenheiros que fizeram parte da iniciativa declararam que o Chang’e-5 estava se movendo muito mais rápido que um objeto que tivesse partido, por exemplo, da Estação Espacial Internacional.
Por isso, tiveram de eliminar um pouco da energia extra comandando um “salto” na atmosfera, por meio do qual o módulo mergulhou brevemente nos gases do planeta antes de se dirigir efetivamente a nosso ambiente. Paraquedas, por sua vez, o auxiliaram a chegar a seu destino.
Se os 400 kg de rochas coletados por astronautas americanos e sondas russas há mais de quatro décadas possuem mais de 3 bilhões de anos, a missão chinesa focou em uma região vulcânica chamada Mons Rümker, com terrenos de não mais que 1,2 ou 1,3 bilhão de primaveras terrestres, o que deve trazer novidades quentes à Ciência.
Uma das vantagens da abordagem, dizem cientistas, é que o “cronômetro” utilizado para se mensurar o envelhecimento das superfícies dos planetas internos do Sistema Solar poderá ser calibrado com mais precisão, pois, com mais dados, mais possibilidades, que se expandirão com iniciativas futuras já em andamento.
Enquanto os Estados Unidos pretendem levar astronautas à Lua novamente ainda nesta década, uma série de espaçonaves robóticas pousará à frente desses exploradores humanos para reconhecimento de ambiente. De fato, a “corrida do ouro” espacial está caminhando a passos largos – e Marte não parece tão distante quanto foi um dia.
Fonte: https://www.tecmundo.com.br/
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