Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (9), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) estão interditando a Rodovia BR-155, entre Marabá e Eldorado do Carajás, em dois pontos: na altura da Fazenda Cedro e na Fazenda Maria Bonita, onde existem dois acampamentos do MST: Helenira Rezende e Dalcídio Jurandir, respectivamente.
A principal reivindicação do MST é que seja abortada a operação de reintegração de posse que está prevista para o próximo dia 17 no acampamento Dalcídio Jurandir, mas não é só isso. Segundo Tito Moura, liderança do MST, os trabalhadores sem-terra denunciam também a estagnação da reforma agrária e o demonstre do Incra, por isso querem uma reunião com o governador do Estado.
A ideia, segundo ele, é que o governo do Estado possa agilizar os processos de reforma agrária nas áreas que estão sob jurisdição do Instituto de Terras do Pará (Iterpa). “Com o governo federal nós não queremos nem papo, porque eles não sentam para dialogar com a gente”, explica.
Ainda segundo Tito, neste dia 9 de março existem várias manifestações em todo o País, inclusive o Incra de Minas Gerais está ocupado; e também em Brasília (DF), mais de 4 mil mulheres protestam contra o governo desde ontem. “Não dá pra ficar só olhando o tempo passar. Vamos ter que fazer a reforma agrária popular”, afirma.
Tito confirmou que a Polícia Militar já esteve nos dois locais de concentração para tentar mediar a desocupação da pista, que interliga o sudeste ao sul do Pará. O líder do MST admite que a interdição deve se encerrar em breve. Inclusive, há informações de que o trânsito começa a ser liberado gradativamente.
Na interdição da Fazenda Cedro (Acampamento Helenira Rezende) há cerca de 200 famílias no protesto, enquanto na Maria Bonita (Dlacídio Jurandir), existem cerca de 300 famílias na interdição. (Chagas Filho)
Fonte: Correio de Carajás
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