Badalado

Notícias

Naufrágio no Pará: novas empresas começam a fazer o transporte para o Marajó após protesto de moradores

Além da operação de duas novas empresas, foi garantido 15% de gratuidade para o público.

Duas novas empresas começaram a operar na travessia do porto de Camará, na ilha do Marajó, até Belém e vice-versa. Os serviços iniciaram na segunda-feira (12) e ocorrem após o protesto de moradores da ilha contra péssimas condições das embarcações.

Uma das novas empresas a operar foi a Lancha Atlântica, da empresa Transmarajó, que saiu às 7h do Terminal Hidroviário de Belém até o porto do Camará, em Salvaterra. A viagem tem 1h30 de duração.

Além da operação de duas novas empresas, foi garantido 15% de gratuidade para o público. As empresas Banav e Arapari continuam com os serviços suspensos para a região da Ilha do Marajó.

Segundo a Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Pará ( Arcon-Pa), cerca de 2 mil passageiros fazem viagens entre Belém e o Marajó diariamente em barcos regulares.

As viagens de barco entre Belém e Marajó duram no mínimo 2 horas, a depender da velocidade da embarcação e destino, podendo levar quase 20 horas nos locais mais distantes.

Os barcos de passageiros para o Marajó partem do Terminal Hidroviário de Belém, que fica na região central da cidade. É possível ir também ir de balsa, com passagens mais caras. Essas partem da Orla de Icoaraci, também na capital paraense , e carregam simultaneamente passageiros e veículos, incluindo caminhões.

No caso dos barcos específicos para passageiros, a população tem disponível 16 viagens partindo de Belém para diferentes destinos no Marajó e custam a partir de R$ 42, caso do trajeto entre Belém e o porto regularizado do Camará, em Salvaterra.

Segundo a Arcon “são realizadas 16 viagens diárias com saídas do Terminal Hidroviário de Belém ( THB) e de outros portos particulares com destino aos portos dos municípios de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari e Ponta de Pedras.

Problemas constantes

No entanto, muitas vezes, essas viagens regulares também registram problemas. Só neste mês de setembro foram três episódios.

Na última terça-feira (6), o Terminal Hidroviário de Belém teve tumulto após uma confusão gerada pelo retorno de um navio que fazia a travessia para o Marajó por apresentar problemas. Na segunda (5), outra embarcação também teve problemas e transferiu os passageiros para outro barco no meio do rio. Ainda neste mês de setembro , um barco teve um princípio de incêndio.

Os moradores dizem que esses problemas são antigos e outros acidentes com mortes já ocorreram. Um dos naufrágios mais conhecidos aconteceu em julho de 1988, quando o barco correio do Arari afundou em frente à ilha das Onças. Cerca de 30 pessoas morreram no acidente.

Ainda segundo os moradores da região, os barcos regulares saem com capacidade máxima, ainda deixando pessoas para trás. Sem perspectiva de horário para a próxima viagem, eles pegam o barco clandestino, que muitas vezes sai logo atrás do barco regular de porto clandestino próximo ao porto regular.

O barco que naufragou, por exemplo, tinha salva-vidas estragados. Um vídeo divulgado em redes sociais mostra quando a água começou a entrar no barco.

Com isso, os moradores dizem que o naufrágio dessa semana era uma “tragédia anunciada”. No porto de Salvaterra, o maior na região, cerca de 500 pessoas protestaram cobrando melhorias, como diz um dos manifestantes e morador do Marajó, o locutor Thiago Nunes.

“A gente vem pedindo há vários anos outras embarcações com mais qualidade, mais conforto, com preço acessível para a população “, conta.

Em nota sobre as reclamações constantes dos moradores, a Arcon-PA informou que fiscaliza diariamente o serviço na região e que em caso “de portos e embarcações clandestinas, denúncias dos passageiros e operadores regulados são de suma importância para auxiliar a agência nas atividades fiscalizatórias”. As denúncias podem ser feitas pelo 0800 091 1717.

Ainda conforme a Arcon, “é de competência da Capitania dos Portos a fiscalização da navegabilidade das embarcações e salvaguarda da vida nos rios da Amazônia, bem como o poder coercitivo de apreensão e outras medidas inibitórias sobre as embarcações”. O g1 pediu posicionamento à Marinha sobre as fiscalizações e não obteve retorno.

Fonte: g1.globo.com



Divulgar sua notícia, cadastre aqui!






>