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Nipah: conheça o vírus que gera temor após morte de menino na Índia

Após a morte de um menino de 12 anos por infecção do vírus Nipah, o estado de Kerala, no Sul da Índia, está em alerta para evitar a propagação do vírus, que tem taxa de mortalidade de até 75%.

De acordo com a rede de TV norte-americana CBS, o jovem buscou atendimento médico após apresentar febre alta durante uma semana. Com o passar dos dias, ele desenvolveu inchaço cerebral e faleceu.

Transmissão

O vírus Nipah (NiV) é um vírus zoonótico (é transmitido de animais para humanos) e também pode ser transmitido por alimentos contaminados ou diretamente entre pessoas.

Os morcegos que comem frutas são os principais reservatórios do vírus. O primeiro surto aconteceu na Malásia, onde homens pegaram o vírus de porcos, outra possível espécie hospedeira, considerada secundária em relação aos morcegos.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), acredita-se que o período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) varie de 4 a 14 dias. No entanto, um período de incubação de até 45 dias foi relatado.

Sintomas

“Em pessoas infectadas o vírus pode causar encefalite (inflamação no cérebro) muito grave, com alto índice de letalidade. O sistema nervoso central é afetado, causando alteração nível de consciência, convulsão, febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Além disso, quadros de pneumonia podem surgir”, explica Álvaro Costa, infectologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Diagnóstico

Os sinais e sintomas iniciais da infecção pelo vírus Nipah são inespecíficos e o diagnóstico geralmente não é suspeito no momento da apresentação. Isso pode dificultar o diagnóstico preciso e criar desafios na detecção de surtos, medidas eficazes e oportunas de controle de infecção e atividades de resposta a surtos.

Além disso, a qualidade, quantidade, tipo, tempo de coleta de amostra clínica e o tempo necessário para transferir as amostras para o laboratório podem afetar a precisão dos resultados laboratoriais.

Segundo a OMS, a infecção pelo vírus Nipah pode ser diagnosticada com história clínica durante a fase aguda e de convalescença da doença. Os principais testes utilizados são a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) de fluidos corporais e a detecção de anticorpos por ensaio imunoenzimático (ELISA).

Outros testes usados incluem ensaio de reação em cadeia da polimerase (PCR) e isolamento do vírus por cultura de células.

Tratamento

Não existe tratamentos específicos para o vírus — sejam vacinas para impedir a contaminação ou drogas que melhorem o quadro.

“Para os doentes, o protocolo é controlar os sintomas como a convulsão, a pneumonia… Alguns antivirais foram usados como suporte nos surtos, mas ainda não há estudos robustos que comprovem a eficácia”, aponta Costa.

Devemos nos preocupar com uma possível chegada do vírus no Brasil?

“Esse é um vírus que geograficamente está restrito às áreas onde os casos já foram identificados, na Malásia, Indonésia e Índia. A princípio, não há grande preocupação de que chegue às áreas urbanas, a não ser que a evolução de contaminação entre humanos tome grandes proporções”, indica o médico.

Fonte: uol.com.br



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