Redes de supermercados espalhadas pelo Brasil têm programas de conscientização para recebimento do resíduo.
Imagine aquelas comidas que ficam ainda mais saborosas depois que passam pelo processo de fritura, por exemplo: batatas, empanados, salgadinhos… Imaginou?
Agora tente pensar para onde vai o óleo utilizado no preparo de todas essas delícias?
Ainda há muitas dúvidas em relação ao descarte correto do óleo de cozinha após o seu uso, porém a solução é muito simples. Basta guardar os resíduos em recipientes apropriados e levar a um posto de coleta mais próximo da sua casa.
A informação acima é da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O fato de ser uma substância que não dilui na água agrava ainda mais a situação, pois ela se transforma em uma espécie de cola residual, que contamina os lençóis freáticos, comprometendo o meio ambiente de forma irreparável.
“Latinhas de alumínio são retiradas por catadores de lixo antes de irem para o aterro. O óleo, se você jogar na pia, não tem mais como resgatar. Então, a gente depende da mudança de comportamento da população. O consumo consciente também está no descarte do resíduo”, afirma Marcio Barela, líder de sustentabilidade da Cargill.
Diversas práticas ainda muito utilizadas no dia a dia devem ser repensadas. Por exemplo:
Descartar resíduos no ralo da pia da cozinha, do banheiro e do vaso sanitário;
Aquecer com água e detergente a gordura que sobrou na panela ou na forma após o cozimento, e quando a mistura estiver fervendo despejar no ralo da pia;
Descartar o óleo direto na natureza;
Rodrigo Almeida, um dos fundadores da Preserve Ambiental, que atua com a população na conscientização do descarte de óleo nos estados do Paraná e Santa Catarina, explica quais as consequências para cada uma dessas atitudes.
No caso do despejo do óleo nos ralos, a tubulação das residências não suporta quimicamente as substâncias que compõem o óleo.
“O óleo vai grudando na parede da tubulação com resto de alimento. Chega uma hora que ele fecha os canos, causando o entupimento”, diz Almeida. “Também não é correto aquecer com água e detergente a gordura, só vai empurrar ainda mais a sujeira, levando o problema mais para frente”, argumenta.
“E se descartar em uma área externa, um gramado ou terreno, o óleo não passará por nenhuma tubulação, mas entrará em contato com os lençóis freáticos de forma direta e ainda mais rápida”, finaliza.
Segundo Marcio Barela, não. “Se o óleo passou no funil para a garrafa, ok. Não tem problema ir um pouco de resíduo da fritura, da farinha. O que não pode ter são restos de alimento, que não passariam no funil. Não precisa peneirar também, porque ele vai passar por um processo de limpeza”, destaca.
O primeiro passo para o descarte de óleo de cozinha é reservá-lo em um recipiente até que resfrie. Depois, com a ajuda de um funil simples, despeje o óleo usado em uma garrafa PET de 1 litro, 2 litros ou mais.
As associações de reciclagem não recomendam que o óleo seja armazenado em recipientes de vidro, pois pode quebrar no trajeto até às indústrias, ou de qualquer outro material que não seja de plástico rígido, pois pode furar com facilidade.
Entre em contato com uma associação de reciclagem para recolher o resíduo em sua casa, ou então vá até um dos postos de entrega, como armazéns e supermercados.
Vale destacar que tanto o óleo quanto a garrafa PET que serviu de recipiente passará por um processo de reciclagem.
Os supermercados que estão engajados no projeto Ponto de Entrega Voluntária de descarte de óleo disponibilizam em seus sites as lojas que recebem as entregas dos clientes. E a Liza tem a lista completa de locais de entrega em dez estados do Brasil. Basta acessar o site (https://www.liza.com.br/sustentabilidade/reciclagem-de-oleo)
Quem está à procura de locais que recebem óleo de cozinha usado para descarte consciente pode se deparar com pontos de coleta que, provavelmente, recusarão a sua entrega. Isso porque há uma diferença entre ponto de coleta e ponto de entrega.
“Um restaurante é um ponto de coleta, mas ele não é um ponto de entrega voluntário. Ele é apenas um gerador do resíduo”, explica Barela.
Após o descarte correto do óleo de cozinha nos pontos de recebimento listados acima, ele passa por um processo de industrialização, que o transforma em biodiesel (combustível para veículos) ou produtos de limpeza, como sabão e detergente.
Rodrigo Almeida destaca a ação promovida pela sua empresa, que doa 1 sabão em barra ecológico para cada litro de óleo que o cliente descarta. “O intuito é bonificar as pessoas que reciclam o óleo, fazer com que elas realmente continuem reciclando.”
Aline Lazzarotto, coordenadora de Sustentabilidade da ABIOVE (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), destaca a importância da conscientização da população em relação ao descarte de óleo.
“É importante que o consumidor saiba também dos impactos positivos do descarte correto. É importante saber que se jogar [o óleo] na pia vai jogar uma matéria-prima para a produção de biodiesel, gera renda, emprego para essa cadeia, e contribui para a sustentabilidade do planeta”, afirma.
Veja a seguir uma lista de produtos para utilizar no preparo de frituras. Os preços das panelas, nas lojas consultadas em outubro, iam de R$ 49 a R$ 380. Já os de óleo variavam entre R$ 6 e R$ 14, enquanto os valores de papel toalha ficaram de R$ 4 a R$ 6.
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Fonte: www.g1.globo.com
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