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Onde fica a árvore mais alta da Amazônia? Conheça o ‘santuário das gigantes’

Todas as ávores mapeadas são da espécie Diniza excelsa duck, chamadas de angelim vermelho. A mais alta chega a 88,5 metros e equivale a um prédio de 30 andares.

A Amazônia concentra inúmeras espécies de animais, vegetais e uma variedade de organismos ainda desconhecidos pela ciência. Há apenas 3 anos, pesquisadores encontraram as árvores mais altas já registradas no país, sendo a maior com 88,5 metros de altura (equivalente a um prédio de 30 andares), neste que é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo.

Todas as árvores encontradas são da espécie Diniza excelsa duck, popularmente conhecida como angelim vermelho e foram mapeadas por satélite em 2018. No período, ainda sem saber de qual espécie se tratava, a diferença nos resultados obtidos a partir de sobrevoos em uma pequena parcela da floresta Amazônica chamou a atenção dos cientistas.

Como árvores foram mapeadas

Os angelins vermelhos foram detectados inicialmente em 2018 durante uma pesquisa com sensores aeroembarcados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

Um ano após a conclusão da pesquisa com os dados, surgiu a primeira expedição que ocorreu na divisa do Amapá com o Pará, em agosto de 2019. A viagem durou 10 dias e percorreu 220 quilômetros pelo Rio Jari, divisa natural entre os dois estados.

Na época, o objetivo era chegar até a maior árvore, a de 88,5 metros, o que não ocorreu por problemas logísticos. Apesar disso, os pesquisadores localizaram a 1 quilômetro da margem do Rio Jari o primeiro santuário, com angelins de 82 metros de altura.

O feito de encontrar a mais alta teve que esperar 3 anos, se concretizando em setembro deste ano. Para chegar à “gigante” os pesquisadores contaram com o apoio de moradores da comunidade extrativista de São Francisco do Iratapuru, no Sul do Amapá.

Eles percorreram todo o trajeto da expedição de 2019 e mais cerca de 10 quilômetros em mata fechada.

O encontro dessa árvore de 88,5 metros ocorreu durante 5ª expedição, tanto do lado paraense quanto amapaense. Os pesquisadores consideram “gigantes” as árvores que têm mais de 80 metros na região, ou seja, o dobro do dossel da floresta como explicou o pesquisador da UFVJM e coordenador da expedição, Eric Gorgens.

“Em geral, as árvores atingem, em média, 45 a 50 metros de altura, mas a gente começou a perceber que muitas das árvores que a gente tinha identificado chegavam a 80 metros de altura, ou seja, o dobro do esperado para estrutura florestal como um todo”, explicou Gorgens.

A diferença na média de altura é estudada pelos pesquisadores que compõem o projeto Monitoramento Integrado das Árvores Gigantes da Amazônia, coordenado pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap), em Laranjal do Jari. O grupo possui integrantes de universidades e institutos de pesquisa do Brasil, País de Gales, Inglaterra e Finlândia.

Eles coletam dados a cada nova árvore encontrada como solo, amostras das espécies em volta, além de realizar inventário florestal, que é uma espécie de catalogação das árvores vizinhas que serve para o monitoramento de crescimento e que ajuda a entender as características da área e a evolução ao longo de anos.

Veja a relação de locais com as “gigantes” já visitadas pelos pesquisadores:

  • • 88,5 metros de altura: Floresta Estadual do Paru. Almeirim/PA – 2022
  • • 85,4 metros de altura: Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru. Porto Grande/AP – 2021
  • • 83 metros de altura: Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) do Maracá. Mazagão/AP – 2021
  • • 82 metros de altura: Floresta Estadual do Paru. Almeirim/PA – 2019
  • • 79,9 metros de altura: Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru. Laranjal do Jari/AP – 2021

Fonte: g1.globo.com



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