Nesta quinta-feira (16), a esposa do indigenista Bruno Pereira se manifestou pela primeira vez após a Polícia Federal confirmar oficialmente que dois suspeitos presos confessaram a autoria da morte de Bruno e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos no último dia 5 de junho, em região próxima à terra indígena Vale do Javari, no Amazonas.
“Agora que os espíritos do Bruno estão passeando na floresta e espalhados na gente, nossa força é muito maior”, escreveu a antropóloga Beatriz Matos em publicação em sua conta na rede social.
Os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, confessaram envolvimento nos assassinatos de Bruno e Dom.
Amarildo está detido desde 7 de junho. Segundo a polícia, ele foi visto por ribeirinhos, no dia do desaparecimento, em uma lancha logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips. Os agentes encontraram vestígios de sangue no barco de Pelado, que vinha negando ter qualquer relação com o caso. Já Oseney foi preso temporariamente nesta terça-feira (14).
Segundo uma fonte da PF, Pereira e Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.
Antes de sumir, Pereira, que era servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e Phillips haviam partido da Comunidade São Rafael em uma viagem com duração prevista de duas horas rumo a Atalaia do Norte, mas eles não chegaram ao destino.
Logo após o desaparecimento, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou que Pereira recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores. Em nota divulgada na ocasião, a entidade descreveu Pereira como “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.
Fonte: g1.globo.com
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