Família de Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, aguarda o resultado dos laudos para decidir se vai processar ou não o médico. Pai e mãe da jovem dizem que estão fazendo uso de remédios para dormir.
A família da jovem Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, que morreu durante uma lipoaspiração em Goiânia aguarda o resultado definitivo dos laudos cadavéricos para decidir se vai processar ou não o médico. Segundo o pai da jovem, Duílio Alves Freire, a filha sonhava em fazer a cirurgia plástica.
“Era o sonho dela fazer a cirurgia, mas pagou o sonho com a vida”, lamentou o pai.
Dayana morava em Itaberaí, na região noroeste do estado, com os pais. Mas, veio até a capital para fazer a cirurgia plástica. De acordo com familiares, ela deu entrada no Hospital Jacob Facuri no dia 12 de setembro, foi anestesiada, mas durante a cirurgia, passou mal e morreu.
Duílio diz que a família tem feito uso de medicamentos para conseguir lidar com a perda precoce de Dayana.
“Está sendo muito difícil para todos. Ela era uma menina alegre, prestativa, sem defeitos, muito correta com tudo. Todo dia à noite estava em casa, mas agora ninguém chega. Tenho que tomar remédio para dormir. Minha esposa está no psicólogo e psiquiatra, remédio noite e dia”, relatou Duílio.
Ao g1, a defesa do cirurgião plástico lamentou a morte da paciente e afirmou que “foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito”. Veja a nota completa ao final da reportagem.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse somente que “todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico”.
Complicação ou falha
Segundo o delegado Paulo Ribeiro, que investiga o caso, um laudo preliminar apontou que Dayana teve uma complicação chamada tromboembolismo pulmonar. Porém, a Polícia Técnico Científica aguarda a conclusão do laudo cadavérico completo para saber se a complicação foi ou não responsável pela morte da jovem.
“Esse laudo complementar estabelece que a causa da morte foi tromboembolismo pulmonar, mas ele não é definitivo, é como se fosse um resultado preliminar. Ou seja, ele ainda depende de um outro exame mais detalhado para definir a causa morte”, explicou o delegado.
O prazo para que o laudo completo seja concluído é de pelo menos um mês.
A família de Dayana espera para saber se a morte dela foi ocasionada por uma complicação ou se falha houve falha do médico.
“O que eu tinha de perder, eu perdi. Quero saber o que aconteceu, se foi uma fatalidade ou falha. […] A própria Dayana perguntou a eles sobre os riscos. Eles falaram que o risco era mínimo, que o aparelho é de última geração e bla bla bla”, declarou o Duílio.
A defesa do cirurgião plástico disse que não pode explicar detalhes do caso em função do sigilo médico. Porém, destacou que “se de fato estiver demonstrado que o quadro foi de tromboembolismo, ficará evidenciado que não houve qualquer conduta dolosa ou culposa do médico”.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas do caso continuam sendo ouvidas. “Estamos na fase de oitivas dos profissionais de saúde que trabalharam na cirurgia da Dayana. O médico cirurgião ainda não foi ouvido, mas outros médicos que participaram sim”, explicou o delegado.
Íntegra nota cirurgião plástico (14/09)
O médico, cirurgião plástico, vem através de sua advogada Luciana Castro, OAB/GO 20872, manifestar-se sobre o óbito de sua paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, ocorrida ontem, 13/09/2023 bem como a acusações de erro médico cometido em outras pacientes.
Acima de tudo, o médico ora acusado lamenta profundamente a perda de sua paciente, e está à disposição da família para maiores esclarecimentos. Quanto aos fatos, informamos que, em razão do dever de sigilo, o médico não poderá fornecer detalhes técnicos sobre o caso, sob pena de infringir disposições do Código de Ética Médica bem como do Código Penal Brasileiro.
Temos o dever de esclarecer, todavia, que a paciente apresentou intercorrência durante o procedimento, sendo que imediatamente foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito.
Informamos que por decisão da família da paciente, esta foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para apuração. Estaremos à disposição, acompanharemos e prestaremos todas as informações pertinentes ao caso, estamos a disposição.
O médico acusado tem plena convicção de seus atos, e que nada foi realizado fora da técnica médica indicada para o caso.
Reiteramos que lamentamos o ocorrido e nos consternamos com a dor enfrentada pela família da paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, e esperamos a apuração dos fatos que levaram a seu óbito de forma tão prematura.
Quanto as acusações de “erro médico” (falando deste caso e de quaisquer outros) informamos que todos os fatos estão sendo apurados pela justiça, mas temos a certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional a qualquer tempo.
Devemos aqui ressaltar que a medicina não é uma ciência exata, e que complicações e intercorrências podem ocorrer em qualquer área, independente da maestria do profissional assistente, e que as pacientes são devidamente esclarecidas sobre os riscos, assinam termo de consentimento e entendem todas as possibilidades do tratamento indicado.
Nota íntegra Hospital Jacob Facuri (14/09)
O Hospital Jacob Facuri, em primeiro lugar e acima de tudo, presta sinceras condolências à família. Toda a equipe está extremamente sensibilizada, principalmente porque trabalhamos diariamente para salvar vidas e realizar sonhos.
Também deixamos claro que estamos investigando todas as possíveis causas e abertos para quaisquer questionamentos.
A direção do Hospital Jacob Facuri, lamenta o ocorrido e reitera a disponibilidade para quaisquer esclarecimentos.
Fonte: www.g1.globo.com
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