Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, divulgada ontem (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra um perfil dos hábitos e do estado de saúde física e mental dos estudantes brasileiros do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio em todo o país.
Um dos temas pesquisados foi sobre a saúde mental. No caso do Pará, no universo de estudantes entrevistados, 16,3% se autoavaliaram de forma negativa, sendo que 51,3% sentiam-se muito preocupados com as coisas comuns do cotidiano; 29,4% sentiam-se tristes; 29,1% sentiam que ninguém se preocupava com eles (as); 34,5% sentiam-se irritados, nervosos ou mal-humorados; e 22,2% sentiam que a vida não vale a pena ser vivida.
A pesquisa investigou o uso de bebidas alcoólicas, drogas ilícitas e cigarros entre adolescentes. O resultado também é preocupante. Na média nacional, seis em cada dez estudantes haviam experimentado bebida alcoólica na pré-pandemia. No Pará, 50,6% responderam ter experimentado bebida alcoólica alguma vez.
Apesar de alto, o percentual é o menor do Brasil e abaixo da média nacional que foi de 63,3%. Entre os estudantes na faixa etária de 13 a 17 anos, 24,2% informaram que bebeu a primeira vez com 13 anos ou menos; 37,8% responderam já ter ficado embriagado alguma vez na vida; e 14,6% já havia tido problemas com familiares ou amigos, faltado aula ou se envolvido em brigas, por uma ou mais vezes, por ter ingerido bebida alcoólica.
Entre os adolescentes no Pará, 20,3% informaram já ter fumado cigarro alguma vez na vida. Entre eles, 10,2% disseram ter fumado cigarro pela primeira vez com 13 anos ou menos.
Já com relação às drogas ilícitas, do universo de 605 mil estudantes paraenses entrevistados, 7% responderam já ter experimentado drogas ilícitas. No Pará, 2,2% experimentaram pela primeira vez com 13 anos ou menos. Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 2,5% fizeram uso de alguma droga ilícita, sendo que, nesse período de tempo, 2,6% usaram maconha, 0,6% usaram crack.
O chamado “bullying”, faz parte do dia a dia dos estudantes brasileiros. Em 2019, quase um quarto (23%) dos estudantes brasileiros de 13 a 17 anos disseram ter sofrido bullying de colegas. No Pará, 21% declararam ter passado duas ou mais vezes por algum tipo de humilhação na escola ou terem se sentido humilhados por provocações de colegas da escola, sendo que o dado da rede privada (29,6%) foi maior do que o da rede pública (20,2%).