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Parauapebas adquire 10 mil frascos de difosfato de cloroquina

Coincidindo com a inclusão da cloroquina e da hidroxicloroquina pelo Ministério da Saúde, nesta quarta (20), no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de covid-19, a Prefeitura Municipal de Parauapebas adquiriu apenas um dia antes, na terça (19), 180 mil comprimidos de difosfato de cloroquina de 150mg, divididos em 10 mil frascos.

O uso da substância – comumente indicada para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária – é controverso quando o assunto é a covid-19 e acabou virando discussão política.

Apesar de vir sendo utilizada, cientistas e OMS alertam que não existem estudos conclusivos que comprovam a eficácia para esse fim, além do medicamento poder causar danos colaterais graves.

Até o início desta semana, o Ministério da Saúde aprovava o uso apenas em pacientes graves, o que mudou, após dois ministros da pasta pedirem demissão. De acordo com o documento divulgado pelo Governo Federal, agora cabe ao médico decidir sobre prescrever a substância e ao paciente assinar o Termo de Ciência e Consentimento em casos leves.

O próprio governo alerta que apesar de serem medicações com atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há resultados de “ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o benefício inequívoco dessas medicações para o tratamento da covid-19”.

Na justificativa para a aquisição emergencial, a Secretaria Municipal de Saúde de Parauapebas considerou o crescente número de casos suspeitos de Covid-19 no município e o quantitativo de atendimentos e internações no Hospital Geral de Parauapebas (HGP) em virtude da doença. No último boletim, publicado nesta quarta, Parauapebas registrou 800 casos positivos de covid-19 e 54 vítimas fatais.

A justificativa destaca que em cerca de 20% dos casos, os acometidos pelo vírus desenvolverão as formas mais letais da covid-19, necessitando de hospitalização e, na maioria dos casos, de cuidados e tratamento intensivo. Aponta, também, que o Protocolo de Tratamento adotado no município recomenda que ele seja iniciado precocemente, ainda na fase infecciosa, ou mesmo no princípio da fase inflamatória, antes que ocorra a deterioração da condição do paciente e que há necessidade de abordar a doença em seus estágios iniciais na tentativa de diminuir o tempo de internação dos pacientes e a necessidade de leitos em Unidade de Terapia Intensiva.

A própria Secretaria de Saúde aborda não existir evidência científica nível A (estudo randomizado duplo cego com desenho adequado) de que a associação de Cloroquina ou hidroxicloroquina e azitromicina seja efetiva no tratamento da Covid-19, porém, defende que devido ao quadro pandêmico, a letalidade da doença e a insuficiência de alternativas terapêuticas, a Organização Mundial de Saúde, assim como o Ministério da Saúde autorizam o uso como terapia adjuvante nas formas graves, em pacientes hospitalizados.

Destaca que devido ao panorama de doença e o colapso iminente do Sistema de Saúde Pública, além de resultados preliminares de vários trabalhos em andamento, várias entidades médicas se posicionaram positivamente ao uso precoce da cloroquina.

Por fim, a Secretaria de Saúde afirma que cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina “talvez possam alterar o curso da doença, com possível diminuição da morbidade (e talvez da mortalidade)”, alegando que na ausência de outras alternativas que alterem o desfecho da doença, “o comitê técnico-científico da Secretaria Municipal de Saúde de Parauapebas decidiu fazer considerações em relação ao uso ‘off label’ das medicações, desde que não haja contra-indicações e o paciente seja esclarecido e assine termo atestando estar ciente das incertezas científicas sobre o uso dessas medicações em casos da covid-19”.

O município relata ter encontrado o produto a alto custo, diante da escassez no mercado, o que somado ao transporte tornaram os valores bem maiores do que os encontrados no município. Diante da emergência, comprovação da capacidade da empresa em fornecer os medicamentos, pesquisas de preço realizadas no mercado e, ainda, a disponibilidade de estrutura física e logística para fornecimento no menor tempo possível, a prefeitura firmou contrato com duas farmácias locais.

Junto à Farmácia de Manipulação Camomila foram adquiridos 1.670 frascos por R$ 36.973,80 e com a empresa Fórmula Ativa Farmácia de Manipulação outros 8.330 por R$ 285.719,00, totalizando uma compra de R$ 322.692,80. Casa frasco com 18 comprimidos vai custar à Prefeitura de Parauapebas R$ 32,27. (Luciana Marschall)

Fonte: correiodecarajas.com.br



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