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Peixes morrem aos montes e COMAM suspeita de esgoto de condomínio

Na manhã desta terça-feira, dia 18, membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) levaram fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente a um riacho próximo ao condomínio residencial Total Ville, na BR-230, para verificar uma denúncia de que peixes de várias espécies estavam morrendo ali.

Segundo a conselheira Maria do Livramento Sá Almeida, a Lia da Liberdade, a denúncia chegou ao COMAM por intermédio de outro conselheiro nesta segunda-feira, dia 17. De imediato, o órgão acionou a SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), que na manhã de hoje, terça-feira, enviou fiscais ao local. “Todos ficaram sensibilizados com a morte de tantos peixes naquele córrego, que não sabemos o nome. Ele deságua no Igarapé do Guido, que é um pouco maior”, explica a conselheira.

Ainda segundo Lia da Liberdade, o riacho parece com coloração normal antes de receber o esgoto dos dois prédios do condomínio: Tocantins e Itacaiunas. A partir daí, a água fica escura e fétida, o que pode estar relacionado à morte dos peixes.

Por conta disso, os fiscais fizeram uma verificação no sistema de esgotamento sanitário do condomínio e de imediato notificaram membros da Comissão Provisória, já que o síndico deixou o cargo. Os representantes dos moradores devem comparecer à sede da SEMMA nesta quarta-feira, dia 19, para prestar esclarecimentos.

Indo pro próprio velório

Consultado pelo Correio de Carajás, o biólogo André Santos analisou as imagens e explicou que o esgoto despejado em qualquer curso d’água é o mesmo que convidar os peixes para seu próprio velório. “É preciso analisar a cor da água para, evidentemente, extrair qualquer conclusão. Mas em havendo esgoto, fatalmente haverá morte de peixes”, ressalta.

Ainda de acordo com o biólogo formado pela UFPA, os esgotos (sejam eles residenciais, industriais ou hospitalares) lançados diretamente em cursos d’água aumentam a quantidade de matéria orgânica nessa mesma água. A matéria orgânica vira comida para determinadas bactérias, que se multiplicam. Então, essas mesmas bactérias consomem o oxigênio da água, e aí provocam a morte dos peixes, entre outros animais aquáticos. “Sem contar que os esgotos lançados a ermo trazem risco à própria população, que pode ser contaminada por microrganismos causadores de doenças, particularmente doenças de pele e que atingem o trato gastrointestinal”.

Por outro lado, André Santos afirma que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Vigilância Sanitária, além da Secretaria de Saúde, precisam se posicionar e fazer cumprir a lei. “Já pensou se você come um peixe recheado de esgoto? Peixes são grandes depositórios de elementos tóxicos. Algumas espécies, inclusive, conseguem até sobreviver muito bem nesses ambientes inóspitos. Ou quem não sabe que no Rio Tietê, em São Paulo, tem peixe nadando?”, questiona.

A Reportagem conseguiu o contato telefônico de um morador membro do Conselho do Condomínio, de prenome André, mas as ligações davam na caixa postal. (Ulisses Pompeu)

Fonte: Correio de Carajás



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