A pandemia do novo coronavírus afetou vários segmentos, mas o setor do turismo foi um dos mais impactados. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), 95% dos pequenos negócios desse setor tiveram perdas no faturamento.
Apesar disso, 85% das agências de viagens não encontraram problemas na aplicação das normas sanitárias. O estudo, aplicado entre 14 e 20 de julho, teve a participação de 2.555 empresas de todas as unidades da federação.
Quando se fala em comportamento durante a pandemia, a maioria das empresas entrevistadas (41%) deu continuidade aos serviços de forma online, enquanto 38% suspenderam temporariamente as atividades, 15% já retomaram atendendo aos protocolos e 7% fecharam as empresas. Segundo a pesquisa, as redes sociais mostraram um excelente desempenho no suporte tecnológico para vendas, sendo os canais mais utilizados para este fim o Whatsapp (86%), Instagram (61%), Facebook (57%) e site próprio (45%). Além disso, 83% das empresas do segmento já vendiam por meios digitais antes da pandemia.
De acordo com o estudo, as perspectivas dos empresários ouvidos na pesquisa são positivas em relação à gestão dos funcionários, 78% dos empresários de agências de turismo afirmam que não têm intenção de demitir funcionários em 2020, sendo que uma pequena parcela (8%) já sinaliza a intenção de contratação. Além das questões trabalhistas, as empresas tiveram que passar por modificações em suas estruturas financeiras: 44% cortaram custos com renegociação de contratos, 43% cortaram gastos com matérias-primas, 38% negociaram contas de água, energia e telefone, outras 22% cancelaram contratos de aluguel.
A pesquisa revela que atualmente a principal preocupação dos empresários é a insegurança com o mercado de turismo, em relação às companhias aéreas, parceiros locais e fornecedores de outros países. 36% dos entrevistados registraram que essa incerteza é motivo de aflição. 24% apontam o acesso ao crédito como um dos principais receios. Na visão da maioria dos entrevistados (60%), serão necessários de quatro meses a um ano para retomarem os negócios em definitivo, após o fim da pandemia.
Políticas públicas para minimizar impacto
Os empresários também se mostraram bem informados em relação às políticas públicas desenvolvidas pelo governo em razão da pandemia: 75% declararam conhecer a MP 937/2020, que trata sobre o benefício emergencial oferecido para os MEIs, autônomos e informais; 69% conhecem a legislação sobre a suspensão de contratos trabalhistas; 61% tiveram acesso a MP 948/2020, que dispõe sobre o cancelamento de serviços no setor de turismo e cultura; 55% afirmaram que têm ciência das linhas de crédito com condições diferenciadas para empresas que não demitirem. Somente 5% desconhecem algumas dessas iniciativas.
Durante a pesquisa, os empreendedores apontaram quais principais medidas governamentais poderiam ser implantadas para compensar os efeitos da pandemia nos negócios. Redução de impostos e taxas (57%), empréstimos sem juros (55%), aumento das linhas de crédito (52%) e renegociação de prazos para pagamentos de empréstimos (30%) foram as mais votadas. Em relação ao faturamento, 64% acredita que os ganhos serão menores no 3º trimestre, se comparado ao ano anterior. Outro ponto relevante é que 95% dos pequenos negócios registraram queda no faturamento nos meses de abril, maio e junho, em relação a 2019.
Fonte: Sebrae e ABAV
Fonte: romanews.com
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