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Pesquisador formado em universidade federal do ES quer levar células-tronco para o espaço em um foguete em 2024

Células-tronco usadas para o tratamento de doenças degenerativas são objeto de pesquisa do cirurgião-dentista, pesquisador e doutor José Ricardo Muniz Ferreira.

Parece até roteiro de filme de ficção científica, mas pode se tornar realidade em breve. Cirurgião-dentista, pesquisador e doutor em Ciências de Materiais graduado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), José Ricardo Muniz Ferreira quer levar células-tronco para o espaço. O objetivo dessa façanha é contribuir, principalmente, para a melhora no tratamento de pacientes com doenças degenerativas.

De acordo com José Ricardo, a previsão é que as células-tronco retiradas do peróxido do palato e da polpa de dente de leite sejam enviadas ao espaço dentro de um box em um foguete ao longo do primeiro semestre de 2024.

“Mas é um projeto que demanda um desenvolvimento grande. Da caixa de transporte, da área em específica onde as células vão ser transportadas para o cultivo”, contou o pesquisador.

As células serão transportadas dentro de garrafas e o box vai funcionar como minilaboratório.

Em entrevista ao g1, o médico membro da Academia Brasileira de Odontologia, presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e autor de oito livros sobre Medicina e Odontologia Regenerativas explicou que a ideia é obter resposta para o que até então é tido como incurável ou tratado de forma paliativa.

“As células-tronco que são os produtos de terapia para o enfrentamento de doenças degenerativas e a produção envolve o uso de insumos químicos que vão estimular a célula a se multiplicar, a se diferenciar e cumprir a função que a gente espera para aquele tratamento. A terapia celular visa auxiliar os profissionais da área de saúde no enfrentamento de doenças degenerativas e trazer resposta para o quê, até então, é tido como incurável ou tratado de forma paliativa”, disse o pesquisador.

Criado em Vitória, José Ricardo disse que a iniciativa foi pensada em conjunto com os sócios e professores aposentados do Espírito Santo, Brunella Bumachar e Alexandre Serafim.

Criado em Vitória, José Ricardo disse que a iniciativa foi pensada em conjunto com os sócios e professores aposentados do Espírito Santo, Brunella Bumachar e Alexandre Serafim.

O profissional também é membro da International Society for Cellular Therapy (ISCT).

O pesquisador disse que atualmente está focado em pesquisas voltadas no desenvolvimento de medicamentos biológicos a partir de células-tronco para o tratamento de diversas doenças degenerativas, entre elas a dor em osteoartrite (artrose), regeneração do tecido em condições de fratura, perda de massa óssea, tratamento do Acidente vascular Cerebral (AVC), Acidente Vascular Encefálico (AVE), regeneração de pele de córnea, entre outros.

As pesquisas são feitas em parceria com a Universidade do Ceará, USP, Unicamp, Universidade da Flórida nos Estados Unidos e a Universidade de Laval, no Canadá, e outras instituições.

Por que enviar células-tronco para o espaço?

Questionado sobre o porquê de levar células-tronco para o espaço, José Ricardo disse que espera que a mudança física, e não apenas química, deixe as células mais puras.

“Quando a gente muda e deixa de usar o estímulo químico e passamos a usar o físico é esperado que a gente tenha células mais puras e mais qualificadas para o desempenho daquela mesma função, com uma potência maior. Então, células cultivadas em ambientes de micro gravidade, é esperado que elas necessitem de um menor estímulo químico para que elas cumpram com as funções esperadas e, mais do que isso, que elas tenham um maior potencial para o desempenho daquela atividade pra funcionar como um remédio, como um medicamento de fato só que biológico na sua essência”, disse o cientista.

Além disso, testes em ambiente de microgravidade que simula o espaço já foram feitos.

“Já fizemos na RCrio e também na que a gente tem no Kennedy Space Center o estímulo dessa microgravidade criada em um equipamento especial que simula a microgravidade chamado clinostato. Então, é um equipamento onde a gente consegue simular esse ambiente [espacia] e trazer esse estímulo para a célula, dando a ela um estímulo físico, diminuindo a necessidade do estímulo químico para que ela cumpra o seu papel e para que a gente tenha um potencial aumentado como medicamento biológico. As fontes que nós usamos e a estratégia adotada e toda a metodologia aplicada são absolutamente pioneiros no mundo”, disse o pesquisador.

 

Fonte: www.g1.globo.com



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