Considerada uma das menores espécies de serpentes da Amazônia e uma das três menores do planeta, dois indivíduos, um macho e uma fêmea, da espécie Typhlophis squamosus foram coletados dentro do Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, na última quinta-feira, 30. Os animais foram encontrados na trilha do Yuna, próximo ao Lago Bolonha.
A espécie já havia sido identificada na região onde está inserida a unidade de conservação entre as décadas de 80/90. Mas, ao longo de oito anos desenvolvendo pesquisas, esta foi a primeira vez o pesquisador Augusto Jarthe, responsável pela atualização do inventário faunístico de répteis e anfíbios no local, encontrou dois indivíduos da espécie.
“Em oito anos de trabalho identificamos 39 espécies de serpentes no parque. Temos essa menor com pouco mais de 10 centímetros e temos espécies maiores como as sucuris, que medem entre 8 a 9 metros. Ou seja, o parque possui uma amostra representativa da diversidade de serpentes da Amazônia”, frisou o cientista.
Ambos são indivíduos adultos e medem cerca de 13 centímetros de comprimento. O macho é um pouco menor que a fêmea. Por viverem em ambientes subterrâneos e possuírem olhos pequenos, o animal também é conhecido popularmente como cobra-cega ou fura-terra, e não é peçonhento. Eles se alimentam de larvas e ovos de invertebrados, principalmente de cupins e formigas.
Serpentes
De acordo com pesquisadores do Utinga, o casal de espécies encontrado são répteis pertencentes à ordem Squamata (animais que possuem escamas), São animais ectotérmicos, que dependem de fontes externas de calor para estimular suas atividades metabólicas. Estima-se que evoluíram a partir de lagartos que se enterravam no solo, e que o seu corpo alongado e desprovido de patas seria apenas uma adaptação a esse modo de vida.
Ainda segundo a unidade, as serpentes têm no olfato seu principal sentido, elas utilizam a língua bífida (em forma de “Y”) para explorarem o ambiente e capturar moléculas odoríferas no ar.
Fonte: Agência Pará