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Plenário volta a discutir UPA

A polêmica situação da Unidade de Pronto Atendimento de Marabá voltou a ser assunto na Câmara Municipal. Na sessão ordinária da terça-feira (20), alguns vereadores fizeram questão de rememorar a necessidade da unidade hospitalar no município e ainda acusaram o executivo municipal de não provar a inviabilidade de colocá-la para funcionar. Um abaixo-assinado, com 4.090 assinaturas recolhidas pelos próprios vereadores, foi protocolado no último dia 7 de março no Ministério Público Federal, cobrando uma resposta do Governo Municipal sobre o assunto.

“A gente enviou o abaixo assinado, que foi conduzido por alguns vereadores, como Irismar Araújo, Marcelo Alves, Pastor Ronisteu, e coletamos quatro mil assinaturas na tentativa de sensibilizar o governo municipal para abrir a UPA”, declarou durante a sessão o vereador Ilker Moraes. O documento foi redigido com base no histórico das discussões acerca da unidade, relatando a ida dos vereadores à Brasília em busca de recursos e também o posicionamento da prefeitura.

“Conversamos bastante e fomos ao Ministério da Saúde, em Brasília, para conhecer um pouco da regulamentação e de como funcionariam os repasses para ajudar no custeio da unidade. Nesse período, houve inclusive mudança do secretário de saúde de Marabá, e a sociedade tem nos cobrado diariamente a respeito desse prédio da UPA”, afirmou. Segundo ele, o município ainda teve aumento de arrecadação e fechou o ano de 2017 “no azul”.

“Marabá aumentou a arrecadação em 7% ano passado. No final do ano, o governo municipal tinha quase R$100 milhões em conta. É só colocar para funcionar, porque tem dinheiro para isso”, garantiu. O parlamentar acrescentou também que já solicitou à prefeitura um estudo de viabilidade da UPA, mas que nunca recebeu uma resposta. O posicionamento dele foi apoiado pela vereadora Cristina Mutran, que é médica e autora de proposições voltadas à área da saúde.

“Neste ano de 2018, as coisas estão mudando de figura, no que diz respeito a recursos. E desde 2017 nós colocamos ao prefeito que se não houvesse a possibilidade de implantar a UPA tipo três, que era a mais complexa, que nós passássemos a UPA tipo dois”. A unidade de porte dois possui o mínimo de 11 leitos de observação, capacidade de atendimento médio de 250 pacientes por dia e é indicada para uma área de abrangência de 100 mil a 200 mil habitantes.

Cristina disse ainda que muitos municípios menores do que Marabá têm unidades desse porte e que se a cidade é considerada rica e a mais importante do sudeste do Pará, não há justificativa para que não tenha uma UPA. Além disso, destacou que o funcionamento do prédio tiraria a carga do Hospital Municipal, proporcionando agilidade e qualidade no atendimento.

Quem também fez uso da palavra para apoiar a abertura da unidade hospitalar foi o vereador Gilson Dias. Conforme ele disse, este é o momento para que a gestão municipal faça uma reflexão sobre o assunto e se sensibilize com a situação, lembrando que o núcleo Cidade Nova não tem amparo para atendimento de emergência.

Resposta

A equipe de reportagem do CORREIO tentou agendar uma entrevista com o secretário de Saúde, Marcones Santos, por meio da Secretaria de Comunicação Social, porém, sem sucesso. Tudo o que foi enviado ao Jornal foi uma nota de esclarecimento, da própria Secom, acerca da UPA, com o seguinte teor:

“Esta gestão recebeu o prédio então destinado à UPA pendente de inúmeras adequações e com deficiências estruturais, desprovido de equipamento e sem o cronograma estrutural para sua execução. O próprio prédio ainda passou por uma avaliação do Conselho Regional de Engenharia (Crea-PA) e foi alvo de um grande debate. Constatou-se a inexistência de recursos de custeio para instalação da UPA sem o grave prejuízo a outros programas da área da saúde”.

SAIBA MAIS – O prédio da Unidade de Pronto Atendimento de Marabá custou R$1.950.000,00 aos cofres públicos e, no ano passado, o Conselho Municipal de Saúde (CMSM) autorizou a Prefeitura a devolver todo o recurso federal empregado na construção da unidade.

(Nathália Viegas)

Fonte: Correio de Carajás



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