Em Sochi, na Rússia, quatro anos atrás, a cena era comum em dias de folga: jogadores da seleção chegavam ao hotel em que a maioria dos familiares da delegação estava hospedada. Tinha quem fosse almoçar ou jantar no restaurante em frente, outros passavam a tarde no quarto ou desciam para um banho de mar. Os parentes estavam quase todos concentrados no mesmo hotel – teve dia que rolou churrasco. No Qatar, essa relação será diferente, segundo o planejamento da CBF para a Copa do Mundo de 2022.
A ideia da diretoria de seleções não vai ser isolar completamente as famílias do time brasileiro – o período de treinos em Turim, na Itália, já mostrou isso. Mas a rotina durante a Copa deve trazer um contato mais escasso e pontual.
Houve uma conversa entre os membros da comissão técnica e o coordenador Juninho Paulista, que também acionou seu antecessor, Edu Gaspar, para ver como foi a experiência na Rússia. A avaliação foi de que seria possível melhorar a estratégia. E isso se deu, como ponto de partida, com a CBF não se responsabilizando pelos pacotes de hospedagem e traslado dos familiares dos jogadores.
Para o Qatar, o máximo que a CBF fez foi mostrar aos familiares um pacote negociado por uma empresa de turismo e não contratado diretamente pela entidade.
Isso abriu uma série de variáveis para as famílias. Parte dos parentes de Marquinhos vai alugar uma casa – a mulher dele, Carol Cabrino, optou por um hotel para ficar com os filhos. A mesma estratégia da casa foi adotada pelos familiares de Paquetá. Já a esposa de Bruno Guimarães, Ana Lídia, está com bebê recém-nascido e só programou viagem para assistir ao segundo jogo, contra a Suíça, e uma eventual final.
A família de Neymar, tradicionalmente muito participativa em todos os passos de sua carreira – em 2018 se hospedou no hotel da seleção – não quis confirmar à reportagem os detalhes logísticos. Duas fontes ouvidas afirmaram ao UOL que o estafe do camisa 10 estudava permanecer em Dubai, nos Emirados Árabes, a cerca de uma hora de vôo de Doha, palco dos jogos da Copa.
Ana foi uma das mulheres de jogador que esteve em Turim, acompanhando os treinos durante a semana. O ambiente da seleção também teve Helen Telles, irmã de Alex Telles, e os pais de Rodrygo, para citar alguns exemplos.
No Qatar, a CBF preparou uma área de convivência para os jogadores e seus convidados dentro do complexo do estádio Grand Hamad, que servirá de centro de treinamentos para o Brasil. Os encontros devem acontecer pontualmente após alguns treinos. Não há previsão de contato no hotel que abrigará a seleção, The Westin Doha.
Em Sochi, quatro anos atrás, familiares conseguiram se hospedar no mesmo hotel que a seleção brasileira – o pai de Neymar foi um deles. A proximidade entre campo e hotel facilitava o contato depois das atividades.
No geral, a comissão técnica quer que os jogadores se concentrem menos no extracampo para manterem o foco na campanha ao longo da Copa. Há o entendimento que questões familiares e eventuais perrengues tirem a concentração deles. Pelo intervalo relativamente curto entre partidas, as folgas devem ser bem mais escassas ao longo da estadia no Qatar, em comparação com a Rússia. Geralmente, havia tempo livre para os atletas nos dias pós-jogos.
Fonte: uol.com.br
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