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Por que não emagreci em 2018 e como finalmente cumprir essa meta em 2019?

Algumas promessas de fim de ano estão fadadas ao fracasso. O que fazer? (Ilustração: Erika Vanoni/SAÚDE é Vital)

Especialista ensina métodos para criar metas de perda de peso saudáveis que você realmente vai conseguir cumprir

Todo final de ano fazemos promessas para nós mesmos – como a de emagrecer. Mas os projetos e compromissos de Ano Novo, na maioria das vezes, não alcançam o carnaval. Por que isso acontece? Como fazer diferente?

Comecemos pelo problema. Nossas resoluções de Ano Novo, tomadas em ambiente de férias, descanso ou pausa da rotina diária, perdem o fôlego quando voltamos para a rotina normal. Digamos que elas disputam espaço com os compromissos diários.

Aquela lista de mudanças no estilo de vida para os próximos 12 meses é projetada em condições ideais – longe, bem longe da realidade. Quem de nós não presenciou um amigo sedentário que queria emagrecer dizendo: “Ano que vem vou caminhar e comer frutas todos os dias”.

Pois o ano começa e, na primeira semana, tudo vai como programado. Ele anda bastante e, no final do exercício, ainda dá um pulo na feira para encher a fruteira. Aí, na terceira semana, pula uma sessão de caminhada. “Ah, estou estressado e cansado. Hoje eu mereço”.

Quando chega fevereiro, a atividade física e as frutas perdem espaço para o chope e o salaminho: “O calor anda insuportável, estou cansado… e o carnaval está logo ali”.

Eis que, depois da folia, ele já abandonou por completo as promessas que fez na virada do ano. E lá se foi o projeto de mudança de hábitos. Até que, dali a dez meses, chega o Ano Novo e tudo se repete.

Esse padrão de comportamento é bem descrito na literatura científica e tem base nos chamados motivadores intrínsecos e extrínsecos. Falamos disso no livro O Fim das Dietas.

Quando os motivadores para um estilo de vida saudável são extrínsecos, ou seja, não possuem uma forte ligação com seus valores, você fica muito tentados às recompensas imediatas. Nesse cenário, é até injusta a competição entre um projeto de longo prazo (perder a gordurinha que saltava do biquíni ou da sunga e não voltar a tê-la) versus o prazer instantâneo de aproveitar o chocolate, o chope e o churrasco.

Cá entre nós, o vencedor dessa disputa está definido desde dezembro, antes do início do próximo ano. Nós já sabemos que, dentro do cérebro, esses prazeres mais imediatos favorecem a produção de neurotransmissores associados ao bem-estar, que estimulam a repetição desses comportamentos. Diante disso, a busca pela recompensa mais distante do “verão sem canga” fica sempre para outro momento.

Ok, já entendemos que precisamos buscar anseios intrínsecos profundos que justifiquem projetos de longo prazo, mudar de atitude e quebrar o círculo vicioso. Mas como?

O primeiro passo é identificar o padrão de desequilíbrio. Se você reconhecer o gatilho que promove o desvio do projeto FFNV (Fique em Forma No Verão) para o comportamento tradicional e imediatista, crie um lembrete que o traga de volta para a racionalidade.

Segundo, comece por mudanças sustentáveis e exequíveis. Nosso amigo fictício do começo da história já tentou caminhar todos os dias. Para quem não tem o hábito, esse desafio é imenso! Programe algo que se encaixe na sua agenda.

Terceiro, pense na tarefa inteira. Se você pretende comer frutas todos os dias, quem vai comprar essa frutas? Quando? Em qual mercado ou feira? O que você precisa para lembrar de levar a fruta consigo? Com uma programação prática, tudo fica mais fácil.

Quarto, lembre do prazer que essa nova experiência trouxe. Por exemplo: “Ao final da caminhada, me senti mais tranquilo”. Ou “depois de comer a fruta, fiquei com menos fome e mais atento às minhas tarefas profissionais”.

E quinto e último, reserve tempo para se alimentar com calma e se conecte ao momento da refeição. Falamos disso também no livro O Fim das Dietas. Em outras palavras, coma comendo.

Esses cuidados simples podem ajudá-lo a tirar o projeto FFNV dos sonhos e trazê-lo para sua realidade.

Fonte: Abril Saúde



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