Na sessão da última terça-feira, 21, vários vereadores se posicionaram em relação à qualidade do serviço prestado pelas empresas de transporte coletivo em Marabá.
Ulisses Pompeu – de Marabá
Uma ação impetrada pelo Ministério Público na Justiça Estadual pede o cancelamento do contrato de concessão de 25 anos entre as empresas Nasson e TCA com a Prefeitura de Marabá, assinado em 2011. Ano passado, essas duas empresas entraram com pedido de recuperação judicial. Agora, no início de 2017, as duas estão sendo negociadas em um pacote para transferi-las da Transbrasiliana para Itapemirim.
A pergunta que fica no ar é: 2017 será o ano em que o transporte coletivo de passageiros de Marabá mudará para melhor? Essa é uma preocupação do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (SINTRARSUL), que teme o que possa acontecer nos próximos meses, tanto com os empregados quanto com a qualidade do serviço prestado à população.
Procurado pela reportagem, o presidente do Sintrarsul, José Sidinei, confirmou que o sindicato manteve uma reunião com os diretores das duas empresas, os quais revelaram a venda de ambas, mas disse que há algo nebuloso no ar que precisa ser esclarecido.
Sidnei diz que os representantes do grupo garantiram que os funcionários (cobradores e motoristas) continuariam, e que trocariam apenas gerências e outros cargos de gestão. “A gente até pensa que seja golpe, porque estamos (os trabalhadores) só levando calote das empresas do grupo Tranbrasiliana. Os funcionários vão a justiça, mas a recuperação judicial dá direito para eles não pagarem alguns direitos”, lamentou.
Sidinei disse que os representantes das empresas revelaram que ontem, quarta-feira, 22, teriam uma reunião definitiva na Justiça, em Goiânia, para selar o rumo dos negócios, uma vez que o fato de a TCA e Nassom estarem em recuperação judicial, precisam de homologação da justiça para qualquer negócio dessa natureza.
A Transbrasiliana pediu recuperação judicial no início de abril de 2016, junto a outras empresas do Grupo Odilon Santos, ao qual ela pertence. O objetivo da empresa era manter a prestação de serviço, operações comerciais e empregos, a fim de evitar a falência.
Câmara quer explicações
Na sessão da última terça-feira, 21, vários vereadores se posicionaram em relação à qualidade do serviço prestado pelas empresas de transporte coletivo em Marabá. O primeiro a se posicionar sobre o tema foi o vereador Cabo Rodrigo, que informou aos colegas que tinha ido para a Câmara de ônibus naquele dia, para resgatar uma promessa que tinha feito na campanha eleitoral.
Diante de sua experiência, o vereador afirmou que existe dificuldade do usuário em identificar o local correto para esperar o coletivo. “Não há placa indicativa para o ônibus parar na região da Folha 12 e vi muitas paradas de ônibus tomadas de mato e, por isso, o coletivo tem de estacionar longe do local previsto”, salientou o vereador.
O vereador Ilker Moraes avaliou que sua proposta para diminuir o valor da tarifa de ônibus deu muita discussão na cidade na última semana. “Há informações de que as duas empresas foram vendidas ou estão em negociação. A Comissão de Justiça, Legislação e Redação decidiu convocar para o dia 6 de março os representantes das duas empresas, junto com Conselho de Transporte e Poder Executivo para discutir falhas no decreto de reajuste da passagem, assinado no final do ano passado”, disse Ilker.
Moraes disse ainda que esse é um compromisso assumido por ele desde 2011 e que, até agora, não vem sendo cumprido. “Estou desconfiado que essas empresas não estão quebradas, e com convicção de que o serviço não está dando prejuízo para os empresários do ramo, mas para os usuários”, finalizou Ilker.
De acordo com a vereadora Irismar Melo, as discussões sobre o reajuste da passagem são acirradas desde 2006, com mudanças no Código de Postura. Ela defendeu que o governo municipal precisa elaborar um Plano Diretor Viário para evitar discussões pontuais.
Irismar informou que apresentou requerimento para que as empresas que têm a concessão do serviço garantam aos idosos, portadores de necessidades especiais, a parada dos ônibus no local mais próximo de seu destino, sem mudança de rota, ressaltando que as paradas, em geral, são muito distantes umas das outras. “É preciso que discutamos isso com todas as partes envolvidas, prestadoras de serviço, usuários, Prefeitura e Câmara Municipal”, sintetizou.
Fonte: ZÉ DUDU
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