Preso preventivamente desde o dia 23, Demétrius responde não só por tentativa de feminicídio, mas também por injúria e coação no curso do processo. O juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro, aceitou a denúncia oferecida pelos promotores Daniel Godinho e Ronaldo Muniz na terça-feira, 28, e desde então foi aberto prazo de dez dias para aos advogados do procurador apresentarem a defesa.
Há uma expectativa dos promotores de que seja realizada uma audiência preliminar em dois ou três meses e que o caso possa ser levado ao Tribunal do Júri em cerca de um ano.
De acordo com as investigações, o procurador passava a não querer receber ordens, acatar as ordens, e ‘ficava contrariado de estar sendo chefiado por uma mulher’. Os promotores indicam ainda que, no âmbito do procedimento interno que teria sido o estopim para as agressões dentro da prefeitura, registradas em vídeo no último dia 20, é mencionado um caso de um desacato que o procurador teria praticado contra a chefe.
“Algo assim, de palavras duras, de não querer cumprir algumas funções. Não só quanto à vítima nesse caso, mas quanto a outras mulheres que falam abertamente: quando se tratava de um homem ocupando essa posição de destaque o comportamento era totalmente diferente, de acatar ordem, fazer o trabalho da forma como era pedida, de entregar aquilo que se espera. Quando uma mulher ocupava esse cargo o comportamento se alterava para esse comportamento de enfrentamento, de não se conformar de estar numa posição em que uma mulher ocupa um cargo de superioridade hierárquica”, relatou o promotor Daniel Godinho.