Estudantes sem aulas há mais de um mês e um ano letivo que vai entrar pelo primeiro bimestre de 2017 foram os principais dilemas que fizeram com que a Comissão de Educação da Câmara Municipal de Marabá intermediasse duas audiências com o prefeito João Salame, a última realizada nesta quarta-feira, 19, na Sala de Reuniões do Legislativo. Além de nove vereadores, participaram ainda da reunião representantes do Sintepp e o presidente do Ipasemar, Karan El Hajjar.
E o clima foi hostil para o gestor municipal, tanto do lado de dentro, quanto de fora. Na sala, a vereadora Vanda Américo apontou sua metralhadora para o prefeito na parte final da reunião, enquanto no corredor da Câmara um grupo de educadores tratou de irritar os participantes e o prefeito gritando palavras de ordem por mais de uma hora. Ao final, na saída de João Salame, chegaram mesmo a chamá-lo de ladrão por várias vezes, mas a segurança do prefeito foi garantida pela Guarda Municipal. “Não me importo com manifestações, desde que sejam pacífica”, disse ele, ainda na sala de reuniões.
Quando a reunião se aproximava de meio dia, a vereadora Vanda Américo usou da palavra e fez as mais duras críticas ao prefeito João Salame em uma reunião. Disse que sua gestão era desastrosa e o acusou de vários erros administrativos que levaram o município à bancarrota. Por seu turno, o prefeito defendeu-se e classificou as denúncias de Vanda como “caluniosas”.
A presidente da Comissão de Educação, Antônia Carvalho, tratou de recolocar as discussões em seu lugar e pediu ao prefeito que garantisse medidas para convencer os professores a voltarem à sala de aula.
Ao final, ficou definido que, apesar das dificuldades financeiras por que passa a prefeitura, João Salame vai tentar garantir o pagamento de horas extras para os vigilantes, principalmente as que estão atrasadas, referentes ao mês de agosto.
Sobre a sugestão dada para o parcelamento do Visa Vale e ainda valor descontado dos salários de mais de 1.100 servidores da Educação durante a gestão de Luiz Carlos Pies, Salame designou o presidente do Ipasemar, Karam El Hajjar, para discutir as condições para o parcelamento.
Devido às limitações orçamentárias, o prefeito não garantiu o pagamento do salário de novembro e dezembro, dizendo apenas que vai buscar recursos para tentar garantir o pagamento de novembro aos servidores concursados.
A vereadora Irismar Melo alertou que há notícia de que o Departamento de Recursos Humanos da Semed pretende descontar os dias parados dos professores e defendeu que isso não ocorra antes de encerrar as negociações entre o sindicato e Executivo, pedindo o abono dos dias parados sem desconto nos salários.
Salame revelou que os recursos oriundos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) estão retidos, devendo injetar quase R$ 8 milhões quando forem liberados antes do final deste ano. “Estamos tentando uma saída jurídica para resolver o problema antes do fim de dezembro”, disse.
A direção do Sintepp informou que a decisão sobre a manutenção da greve, ou não, deve ocorrer apenas na manhã desta quinta-feira, 20, durante assembleia geral da categoria, que deve ocorrer na sede da Semed.
(Ulisses Pompeu)
Fonte: CT ONLINE
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