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Putin convoca 300 mil reservistas e faz ameaça nuclear: ‘não é um blefe’

Em pronunciamento inédito, presidente da Rússia disse também ter prorrogado contratos dos soldados que lutam na Ucrânia por tempo indeterminado. Europeus se disseram preocupados com as ameaças, feitas após rápida contraofensiva das forças ucranianas.

Em um pronunciamento inédito à nação pela TV, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (21) que convocará cerca de 300 mil cidadãos da reserva para se unirem às tropas russas na Ucrânia e fez ameaças nucleares ao Ocidente.

Esta é a primeira grande mobilização militar feita pela Rússia desde a Segunda Guerra Mundial.

“Isto não é um blefe”, declarou o líder russo. “(…) Nosso país possui uma variedade de armas de destruição, algumas mais modernos até que as dos países da Otan. E, se a integridade territorial do nosso país estiver ameaçada, sem dúvida usaremos todos os meios à nossa disposição para nos proteger’.

No discurso, também sem precedentes desde o início da guerra da Ucrânia, em fevereiro, Putin disse ter prorrogado indefinidamente os contratos dos soldados que já estão lutando no país vizinho e anunciou ainda o aumento de gastos com a produção de armamentos.

O discurso ameaçador de Putin preocupou o Ocidente (veja mais abaixo) e foi feito em um momento no qual o governo ucraniano faz uma forte e veloz operação de contraofensiva, com o apoio logístico dos países europeus e dos Estados Unidos.

No pronunciamento, o presidente russo disse também que dará apoio aos referendos de separação da Ucrânia anunciados em regiões como Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, invadidas pela Rússia. As consultas públicas ocorrerão neste fim de semana.

Além do financiamento da produção de armas nessas regiões, Putin falou também que dará status legal aos voluntários combatendo ao lado das tropas russas nessas frentes.

O discurso de Putin gerou reações imediatas de governantes da Europa.

Apesar de mostrarem certa preocupação com o tom ameaçador de Putin, representantes de países como Alemanha e Reino Unido avaliaram que as novas ações anunciadas pelo líder russo são o sinal de que Moscou está perdendo a guerra na Ucrânia.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, chamou as palavras de Putin de “retórica perigosa e imprudente”.

Fonte: g1.globo.com



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