Desde o dia 4 até ontem (13), passaram pelo Instituto Médico Legal (IML) de Marabá nada menos de quatro pessoas vítimas de suicídio, todas por enforcamento. É um fenômeno estranho porque, obviamente, não há relação entre os casos, mas estes podem indicar a incidência de um dos males da modernidade: a depressão. Nesse período foi registrado um suicídio a cada 60 horas.
A vítima mais recente a dar entrada no IML de Marabá foi Américo Teixeira dos Santos, de 53 anos, que se enforcou na fazenda Arco-íris, distante 15 Km da vila Cruzeiro do Sul, zona rural de Itupiranga, na noite do último domingo (12), cujo corpo chegou em Marabá na madrugada de ontem (13).
Antes dele, no dia 9 deste mês, numa casa do bairro Independência (Núcleo Cidade Nova), em Marabá, foi encontrado morto o ancião Cícero de Matos Vieira, de 87 anos. Ele também usou o método de enforcamento para dar cabo da própria vida.
Um dia antes (8 deste mês), da cidade de Tucuruí, foi para o IML de Marabá o corpo de Josué Martins da Costa, outro suicida por enforcamento. De acordo com os registros do Instituto Médico Legal, ele tinha 36 anos.
E o caso recente mais emblemático se registrou no início do mês, mais precisamente no dia 4, tendo como vítima o militar do Exército, Daniel Serrano Soares, de 22 anos, que pôs fim à própria vida, enforcando-se com uma corda no interior da casa dele, no bairro Araguaia (ocupação da Fanta), no complexo Nova Marabá. Os motivos do gesto tresloucado ainda não foram esclarecidos.
Depressão
De acordo com estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), referentes ao ano de 2015, no Brasil, 98% das mortes dessa natureza foram cometidas por pessoas com algum tipo de transtorno mental, como a depressão. Entre os motivos para o cometimento de suicídio estão a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento amoroso, solidão, ou mesmo as dívidas.
Ainda segundo o estudo, o que piora a situação, é que os deprimidos, em muitos casos, não conseguem falar sobre o assunto devido ao medo de serem ridicularizados, pois a depressão ainda é banalizada e não tida por doença por grande parte da população.
Saiba Mais
A depressão se caracteriza como uma doença em que ocorrem desequilíbrios químicos dos chamados neurotransmissores. Essas substâncias são responsáveis por transportar as informações pela rede de neurônios de nosso cérebro – incluindo as sensações de prazer, serenidade, disposição e bem-estar. Esse desequilíbrio químico pode desencadear uma série de respostas e em diversas funções do organismo, e as consequências são os sintomas que já conhecemos: tristeza, apatia, falta de motivação, dificuldade de concentração, pessimismo, insegurança e muitos outros.
(Chagas Filho)
Fonte: Correio de Carajás
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