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Saiba quem era Ailson, jovem de 22 anos morto a tiros após briga de trânsito no Paraná: ‘Não sei o que vai ser da minha vida’, diz mãe

Ailson Augusto Ortiz foi baleado na quinta (24) em Cascavel, no oeste do estado. Suspeito pelo crime, Elias Pires, foi preso um dia depois ao se apresentar à polícia; defesa afirmou que homem se ‘excedeu em momento de emoção’.

“Ele deixou a irmã dele, de um ano e oito meses que ele amava muito, deixou eu. O que eu digo para ela? Não sei o que vou fazer sem ele, eu não sei o que vai ser da minha vida”, desabafou emocionada Jucelaine Aparecida Augusto, mãe do jovem Ailson Augusto Ortiz, de 22 anos, baleado e morto na quinta (24).

O crime aconteceu após uma briga de trânsito em Cascavel, no oeste do Paraná, de acordo com a Polícia Militar (PM). O suspeito do crime, Elias Pires, foi preso um dia depois, ao se apresentar à polícia.

A defesa dele afirmou que o homem se ‘excedeu em um momento de emoção’.

Ailson trabalhava com a mãe em uma fábrica de uniformes industriais. Segundo ela, o jovem era responsável pela criação das estampas para as roupas, negociação com clientes e também pela parte financeira da empresa.

“Ele era trabalhador, não via maldade em ninguém. […] Ele trabalhava junto comigo. Eu chegava aqui ele já estava na fábrica me esperando. O cara que fez isso com ele é um monstro,” comentou Jucelaine.

Planos interrompidos

Em dezembro de 2021, Ailson e a namorada, Deborah Larissa da Silva, decidiram morar juntos. Ela contou sobre a dedicação dele e que os dois estavam vivendo uma “fase ótima”, organizando o novo lar e com o desejo de se casar no fim deste ano.

“Ele estava ali comigo, mas ficava pensando no que fazer para ter um dinheiro extra para nós. Fomos morar juntos em dezembro do ano passado. Estávamos comprando um carro agora, de viagem marcada, vendo para casar no fim do ano. Estávamos literalmente vivendo a melhor fase da nossa vida,” relatou a jovem.

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Abalada, Deborah não consegue acreditar no que aconteceu. Ela falou sobre como ele era e de outros planos que foram interrompidos, como o sonho de Ailson de cursar o ensino superior em agronomia.

“Ele era uma pessoa muito honesta, muito querido, ele não tinha tempo ruim, estava sempre sorrindo, sempre alegre. Tratava todo mundo bem.[…] Só de estar perto trazia paz. Ele era apaixonado por cachorro, por cavalo, por natureza. […] A gente tinha planos de começar uma faculdade. Ele tinha muita vontade de fazer agronomia, mas não deu tempo. […]”, lamentou a namorada.

O caso

“Eu pedi pra ele ‘senhor, não mata não, não mata não’. Aí ele falou ‘vai sobrar pra você também’. Aí eu corri pra dentro (casa). Acabou as balas, senão ele atirava, eu acho, ele ia me atirar. Pensei de correr em cima, segurar ele, mas daí falei não vou fazer isso”, descreveu a testemunha.

Outra pessoa, que passava pelo local, disse que os dois estavam discutindo possivelmente porque um fechou o outro no trânsito.

“Eu vi que eles estavam discutindo. O menino que faleceu aqui foi dar um soco no senhor, o senhor puxou uma pistola e atirou nele à queima-roupa, foi o que eu vi. Depois eu, tipo assim, me assustei e não vi mais nada. […] Só sei que foi uma fechada de trânsito. Acho que às vezes ele pode ter fechado o menino aqui e o menino não gostou, foi pra cima dele, foi uma discussão, daí ele pegou a pistola e atirou à queima-roupa”.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que o jovem e o atirador discutiram. Nas imagens, é possível ver que Ailson caminha em direção ao motorista, gesticulando com as mãos.

O que diz a defesa do suspeito

A defesa do suspeito pelo crime, Elias Pires, de 54 anos, preso na sexta-feira (25), afirmou que ele se ‘excedeu em um momento de emoção’.

“No momento ali ele pode ter se excedido, sim, mas foi um momento de emoção, um fato que aconteceu no momento que ninguém pode explicar. Ele já tinha conhecimento da expedição do mandado de prisão dele, ele veio prontamente se apresentar, ele quer cumprir uma vez que se encontra abalado diante da situação que ocorreu. A família perdeu um filho, mas em compensação ele também se encontra abalado”, disse Verli Farias, advogado do suspeito.

Durante a noite de sexta-feira (25), Elias foi levado para a Cadeia Pública de Cascavel.

Em seguida, o rapaz dá um soco no homem, que rapidamente saca a arma e efetua os disparos. Na sequência, o atirador embarca em um carro com uma mulher e foge.

Duas pessoas, que preferem não ser identificadas, relataram como o crime aconteceu em entrevista à RPC.

Uma delas contou que tentou conversar com o homem e, também, que pediu para que ele não atirasse no jovem, mas foi ameaçada pelo suspeito.

Fonte: g1.globo.com



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