Modernização do sistema está para sair desde 2019, quando a prefeitura anunciou licitação de contratação. Atualmente, 35 semáforos estão em operação na capital; concessionária SP Regula estima que 270 cruzamentos estejam modernizados até o final de 2023.
“Semáforos inteligentes” começaram a aparecer em alguns cruzamentos da capital paulista. Com atraso de cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deu início à instalação da tecnologia que promete desafogar o trânsito na área do rodízio de veículos, o Minianel Viário.
A modernização do sistema está para sair desde 2019, quando a gestão municipal anunciou uma licitação para contratar uma empresa que deveria instalar e fazer a manutenção dos equipamentos.
35 semáforos estão em operação em fase de adaptação;
As primeiras instalações foram feitas em seis cruzamentos da Rua Cardeal Arcoverde e da Avenida Doutor Arnaldo, na Zona Oeste da capital (veja no vídeo acima)
43 estão em fase de implantação e ajustes;
104 estão em fase de obras;
Segundo a concessionária SP Regula, que coordena o processo, a ideia é que, até o fim de 2023, pelo menos 270 cruzamentos estejam modernizados.
Mas, afinal, o que são os semáforos inteligentes?
Por que inteligentes?
Eles são chamados de inteligentes porque funcionam sob demanda: o tempo que o semáforo fica verde ou vermelho depende da quantidade de veículos na via naquele momento. Automaticamente, ele se regula ao longo do dia para melhor gerenciar o fluxo de trânsito.
Como funcionam?
Câmeras instaladas em pontos estratégicos dos cruzamentos semaforizados mensuram a quantidade de veículos.
Em tempo real, um sistema transforma as imagens em dados.
Por meio de algoritmos, o sistema ajusta o tempo de abertura dos semáforos.
Por exemplo: se uma via estiver sobrecarregada em relação à outra de um mesmo cruzamento, a que tiver mais veículos ficará com um tempo maior de semáforo aberto, a fim de desafogar o fluxo e gerar fluidez no trânsito.
O ciclo semafórico de uma subárea será determinado pelo cruzamento mais carregado.
O sistema procura o conjunto semafórico com maior demanda e replica os ajustes aos demais.
O tempo de travessia para pedestres é fixo, não se altera, preservando a segurança de quem caminha.
Segundo a SP Regula, toda a operação é acompanhada em tempo real por uma central de monitoramento da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET). A tecnologia também substitui as fitas magnéticas instaladas no asfalto em semáforos convencionais por “laços virtuais”, que medem o espaçamento entre veículos e o grau de saturação de uma determinada área da via.
Os atuais semáforos são burros?
A principal diferença entre eles é que os atuais funcionam com uma programação preestabelecida:
Existe uma programação feita a partir de uma tabela horária.
Cada via tem o fluxo de veículos liberado por um tempo pré-estabelecido de acordo com a hora e dia da semana.
Aos domingos e no período noturno, por exemplo, quando o fluxo de veículos é menor, os semáforos funcionam com intervalos de tempos menores, sem se adequar às eventuais variações nas demandas veiculares.
Já nos horários de pico em dias de semana, semáforos de vias que são historicamente mais carregadas funcionam com maior tempo de liberação em relação às outras vias do cruzamento.
Na atual tecnologia, sensores são instalados no asfalto, que podem ser afetados por obras de recapeamento ou reparos da via, por exemplo.
E na prática?
Em entrevista à TV Globo, Mauricio Nastari, gerente de iluminação da SP Regula, afirmou que já foi possível sentir “alguma diferença”, mas para que a mudança no trânsito seja efetiva, o funcionamento do sistema deve ser mais abrangente. Segundo a concessionária:
A transformação será realizada exclusivamente em 2.586 cruzamentos semaforizados nos próximos 3 anos.
A previsão é de que, ao final da implantação, a nova tecnologia melhore a circulação de veículos em até 20%.
Caso haja um acidente numa zona de semáforos inteligentes, por exemplo, todos serão “avisados” e poderão se adequar a um maior e inesperado fluxo de veículos.
A “onda verde” será possível?
Segundo a CET, a nova tecnologia possibilita a chamada “onda verde”, quando carros passam no maior número possível de semáforos em sequência — desde que a via tenha características que permitam tal estratégia.
“A ‘onda verde’ somente pode ser aplicada em vias de sentido único, com características uniformes dos fluxos veiculares, de pedestres e de uso do solo (zoneamento – áreas comerciais, residenciais, prestação de serviço, entre outras)”, explicou a companhia.
Por exemplo, dez cruzamentos ao longo da Rua Cardeal Arcoverde já contam com a nova tecnologia e os cruzamentos estão programados para a chamada onda verde, desde que as condições de momento do trânsito deem condições e beneficiem o fluxo.
Semáforos novos são menos furtados?
Os semáforos modernos são feitos com cabos de alumínio, em vez de cobre, que têm maior valor comercial. “Onde a gente tem, historicamente, maiores índices de furto, já há essa alteração por um material mais em conta, mas que funciona da mesma maneira”, explicou Nastari.
“Na primeira tentativa, a pessoal vai lá, vê que é alumínio, rompeu o cabo, a concessionária faz o reparo, aí ele deixa de furtar aquele cruzamento e vai para um próximo, sempre em busca do melhor material, que é o cobre”.
Com a nova tecnologia, a central de monitoramento consegue saber em tempo real se um semáforo para de funcionar. “A concessionária consegue rapidamente enviar a equipe, entender qual que é o problema. Se for uma tentativa de furto, ele sem energia, a concessionária vai lá e repõe o que tem que repor”, afirmou o gerente de iluminação.
Fonte: www.g1.globo.com
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