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‘Senti que ela estava lá naquele buraco’, diz filha de mulher morta e enterrada em quintal do ex

Elizabeth Lopes da Silva, de 42 anos, estava desaparecida desde o dia 4 de julho e o corpo dela foi encontrado por uma das filhas atrás da casa do ex-companheiro da mãe.

A filha de Elizabeth Lopes da Silva, cujo corpo foi encontrado enterrado no quintal da casa do ex-companheiro, relatou ao Bom Dia Rio no Instituto Médico Legal (IML), nesta sexta-feira (15), os momentos de angústia pelos quais passou até encontrar o cadáver da mãe.

“Foram dias angustiantes, quem teve comigo sabe o que eu venho passando todos esses dias. Eu agradeço a ajuda da polícia, mas eu acho que não fizeram o suficiente. Eu senti que ela estava lá naquele buraco”, desabafou.

Foi Taisla, uma das filhas de Elizabeth, que com a ajuda de uma amiga e um homem que passava próximo ao local encontrou o corpo da mãe.

Conforme o relato, o corpo de Elizabeth estava num buraco atrás da casa do ex-companheiro de Elizabeth, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio.

Parte da família da mulher, que tinha 42 anos, é de Pernambuco. Ainda nesta sexta, os parentes iriam avaliar se a vítima seria enterrada no Rio ou no estado do Nordeste.

O caso

Elizabeth desapareceu no dia 4 de julho, e no mesmo dia as duas filhas dela acionaram a polícia

Naquela data, segundo o ex-companheiro da vítima, Elizabeth foi até a casa dele para discutir o fim do relacionamento. Eles estavam juntos havia cinco anos, e chegaram a morar juntos por quatro meses.

Na versão do homem, Elizabeth foi para o trabalho e, quando retornou, estava alcoolizada. Depois a vítima decidiu ir embora de van e não foi mais vista.

As filhas de Elizabeth desconfiaram da versão e afirmaram que ela era “muito apegada aos familiares e não iria sumir de repente”. A Polícia Civil fez uma série de buscas e o corpo foi encontrado enterrado no terreno atrás da casa do ex.

Elizabeth Lopes já tinha feito um registro de ocorrência contra o homem.

A mulher contou aos policiais que tinha sofrido uma ameaça na qual ele afirmou que “se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém”.

Feminicídios crescem

Na capital do Rio de Janeiro e em municípios da Baixada Fluminense ao menos sete mulheres foram assassinadas nos últimos 40 dias. Na maioria dos casos, o companheiro ou ex é suspeito do crime.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) fluminense indicam que o percentual de casos de feminicídios no estado aumentou 73% nos últimos cinco anos.

Terceiro caso em uma semana

O caso de Elizabeth é semelhante ao de Cláudia Gonçalves, de 54 anos.

A Polícia Civil de encontro, na terça-feira (12), o corpo da mulher esquartejado e enterrado no quintal da casa onde ela morava com José Carlos Martins Esperidião. O homem foi preso no local após confessar o crime. O caso aconteceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

De acordo com os agentes, ele foi detido pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Assim como Elizabeth, ela também desapareceu no dia 4 de julho.

Familiares de Cláudia, assim como as filhas de Elizabeth, desconfiaram da versão do companheiro e acionaram os policiais da 54ª DP (Belford Roxo). A família de Cláudia encontrou uma mensagem no celular dela para o marido, a respeito das agressões que sofria.

“Vou ter que fazer exame da minha cabeça para ver o que que está pegando, se é sinusite ou se é alguma coisa na minha cabeça. Que depois que você deu a pancada na minha cabeça, na parede, ficou pior, entendeu? “, dizia a mensagem.

Encontrada morta em casa

Na segunda-feira (11), Marcielly Araújo, de 28 anos, foi encontrada morta dentro de casa em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.

Segundo a família, ela morreu por sufocamento após uma série de agressões.

Segundo uma amiga e parentes, Marcielly vivia um relacionamento conturbado e já foi ameaçada e agredida pelo companheiro, Glauber Barros, tendo até o denunciado à polícia. O irmão da vítima chegou a definir o namoro como uma “tragédia anunciada”.

Glauber foi preso na Gardênia Azul, também na Zona Oeste, e confessou o crime.

Outros casos

Valquíria Celina Ferreira Santos, de 33 anos, morreu no dia 29 de junho após ser espancada com uma escavadeira manual. Ela foi encontrada no chão da casa onde morava, em Nova Iguaçu, por um dos filhos, e levada para o Hospital da Posse, onde ficou internada por quatro dias.

Segundo parentes, as agressões ocorreram por ciúmes de Júlio César Perrona, de 32 anos. Ele foi preso um dia depois da morte, por policiais da 56ª DP (Comendador Soares).

Vitória Lima Martins, de 22 anos, foi encontrada morta na madrugada do dia 28 de junho em Inhoaíba, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, o corpo foi encontrado na casa de Rodrigo da Silva Nascimento.

De acordo com os investigadores, ele tentou forjar um duplo suicídio. Rodrigo chegou a ser levado para o Hospital Municipal Rocha Faria e foi preso em flagrante.

Um relatório preliminar da polícia que aponta que Vitória morreu asfixiada e que, depois, o assassino fez um corte no pulso direito de Vitória, que era destra.

No dia 17 de junho, um homem atirou na mulher, na filha de 17 anos e se matou em Mesquita, na Baixada Fluminense. A mulher, Viviane Garcia, morreu na hora.

A filha levou um tiro no peito, passou por cirurgia e está internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, com quadro estável.

Lais Batista dos Santos, de 28 anos, foi morta no dia 12 de junho. Ela tinha saído com Magno Rocha, com quem estava começando um relacionamento. Os dois foram a um bar na noite de sábado (11) e acabaram na casa da mãe dele, na Reta da Base, em Santa Cruz.

Após um disparo dentro de casa, a mãe de Magno chamou a polícia e impediu que ele fugisse. Laís tinha dois filhos: uma menina de 8 anos e um menino de 5 anos.

Fonte: g1.globo.com



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