Mudanças na realização do Desfile de 7 de Setembro levaram o evento para a Nova Marabá neste ano. O local escolhido foi a VP-03, com o palanque montado em frente à sede da Justiça Eleitoral, na Folha 16. O local foi escolhido pela 23ª Brigada de Infantaria de Selva, do Exército Brasileiro, que decidiu coordenar o desfile após a Prefeitura Municipal de Marabá declarar que não iria participar da festividade alegando falta de recursos da Secretaria Municipal de Educação.

Nada impede, porém, que escolas da rede pública do Município participem, dependendo da decisão de cada diretoria. Todos os diretores que quiserem participar podem procurar o major Nunes, da Comunicação Social, por meio do 3312-1003.

De acordo com o tenente-coronel Eduardo Veiga, Chefe do Estado Maior da Brigada, a mudança ocorre por questão de logística. “A principal razão é que a VP-03, próximo ao Ginásio da Folha 16, oferece amplo espaço para a concentração da tropa e das viaturas utilizadas, do EB, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Federal e demais instituições. O local oferece amplo espaço para concentração e também oferece amplitude para que população possa se concentrar”, afirmou.

Conforme ele, a Avenida Antônio Maia, além de ser muito estreita, reúne muitos automóveis estacionados que precisam ser retirados na noite anterior ao desfile e concentra muitos comércios. “A VP-03 é uma avenida que oferece melhores condições para o escoamento do desfile, tanto da tropa quanto das viaturas, e da população que fica com uma via toda e o canteiro central, onde há área do estacionamento, para se concentrar”.

Veiga diz, ainda, que a o EB entrou em contato com a Semed e se colocou à disposição para apoiar a participação das escolas municipais. “Nós convidamos todas as escolas a participarem e oferecemos todo o apoio para a PMM para que não houvesse dificuldade para levar os alunos e que a gente tem condições de apoiar esse deslocamento dentro das nossas possibilidades, podemos providenciar ônibus”, disse.

Ele diz, ainda, que o EB irá realizar o desfile como faz em diversos outros locais do país por se tratar de uma data importante na história do Brasil. “O momento é de civismo, do povo, da nação. A importância de comemoramos a data de Independência do nosso país é o ato de civismo e de patriotismo, não é um ato político ou econômico. Nada justifica não haver o desfile e tirar o direito da sociedade de demonstrar nesse dia seu patriotismo para com o país. O EB faz isso tradicionalmente em todos os locais, todos têm o direito de comemorar a Independência e por esse motivo o EB manteve o desfile a despeito do decreto da PMM de que órgão não irá participar”.

Contingente

Cerca de 1500 militares irão desfilar e pelo menos 2 mil participantes estão envolvidos direta ou indiretamente no evento. Cem viaturas serão empregadas no desfile, além da tropa de cavalaria da PM. Na manhã do dia 7, quarta-feira, a partir das 7h30, ocorre o hasteamento do pavilhão nacional próximo ao palanque. “Nós convidamos todas as autoridades, diretores de instituições e a população para participar junto conosco desse hasteamento que vai ocorrer antes do desfile. Em seguida acontece a revista da tropa que é feita pelo general Eugênio Pacelli, e depois o desfile das escolas, instituições civis e militares”, informou o tenente-coronel.

A Guarda Municipal e o Departamento Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (DMTU) irão oferecer apoio na segurança e organização do trânsito em torno do evento. “Sempre há um transtorno em relação às vias bloqueadas, mas nesta localidade o fluxo será mais fácil e o transtorno é bem menor. Há condições de a gente manter o fluxo funcionando com algumas modificações”, comentou o tenente-coronel Veiga.

De acordo com o EB, durante a manhã do desfile a rotatória da Folha 16 estará completamente bloqueada e a da Folha 23 parcialmente, permitindo a passagem apenas de quem sai da rotatória da Folha 32 para a Transmangueira. A via em frente ao Ginásio da Folha 16 ficará bloqueada em aproximadamente dois quilômetros e algumas vias que no entorno da VP-03 também deverão sofrer alterações durante o período.

SAIBA MAIS

Em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá, o CORREIO foi informado de que os gastos não são apenas referentes ao transporte de alunos, mas também de material das escolas empregados para que o desfile aconteça. Além disso, a Ascom ressaltou que a greve dos professores terminou há pouco mais de uma semana e não houve tempo hábil para que as instituições se organizassem para o evento. (Luciana Marschall)

Tradição cívica

Desfiles de 7 de Setembro ocorrem desde o século XIX

 

Todos os anos, milhares de pessoas se reúnem em avenidas na maioria dos municípios do Brasil para celebrar a Independência do País, comemorada em 7 de setembro com desfiles cívico-militares. Neste ano, será celebrado o 194º ano da independência do Brasil de Portugal, declarada em 1822.

Segundo o professor Jaime de Almeida, do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), as paradas militares são uma tradição comum em sociedades com influência europeia, para enfatizar a ordem e a organização estatal.

“Antes da independência, já havia as datas da monarquia portuguesa – mesmo que não fosse uma rotina para cada ano, havia as comemorações relacionadas ao monarca. Nas monarquias do antigo regime eram mais comuns as festas de posse do soberano, de aniversário, datas dinásticas”, exemplifica o professor.

Em 7 de setembro de 1947, o presidente norte-americano Harry Truman acompanhou o desfile com o presidente Eurico Gaspar Dutra, no Rio de Janeiro. No portal de acervo audiovisual do Arquivo Nacional, são disponibilizados vídeos de paradas cívico-militares de 7 de Setembro de diversos anos.

Segundo o Arquivo Histórico do Exército, as comemorações do Dia da Pátria começaram no século XIX. A data perdeu destaque no período de Regência (1831 a 1840) e voltou a recuperar a importância histórica com a declaração de maioridade de Dom Pedro II, em 1840.

O principal desfile ocorria no Rio de Janeiro, então capital do País. Depois, com a fundação de Brasília, passou pelo Eixo Rodoviário, pelo Setor Militar Urbano (SMU) até que, em 2003, foi para o local onde ocorre, atualmente, a Esplanada dos Ministérios.

Fonte: CTONLINE