Após meses de crise na gestão municipal, a exemplo do que vem ocorrendo em nove de cada dez prefeituras do País, o novo prefeito ainda tenta balancear as contas e colocar um pouco de “ordem na casa”. Em consequência da escassez de recursos, boa parte da população que não tem acesso aos planos de saúde privados e precisa correr para hospitais e unidades de saúde públicos na hora da aperto, sente na pele a precariedade no atendimento.
Atualmente, um dos grandes desafios da Secretaria Municipal de Saúde é alcançar a condição ideal para que o Hospital Municipal (HMM) e o Materno Infantil (HMI) de Marabá tenham a estrutura adequada para receber os usuários.
Marcone Leite, secretário de saúde, admitiu em entrevista ao CORREIO que os hospitais estão funcionando, mas não nas condições ideais. “Até porque tem uma série de limitadores e, hoje, eu até discuto muito isso com o Estado. Por exemplo, o HMI é uma maternidade regional. Em um estudo muito preliminar que nós fizemos, contabilizamos que são feitos 600 partos por mês, e desse atendimento, cerca de 30% é de fora”, afirma, acrescentando que tem buscado melhorias para a instituição, cobrando o apoio do governo estadual.
Ele disse também que, quanto à estrutura, o Materno Infantil não tem problemas, contando que foi feita uma nova pintura no prédio no início do ano por força de uma decisão judicial, e que isso melhorou o aspecto do local. “E a gente tem investido, principalmente, em pessoal para ver se humaniza o atendimento. Neste sentido, já estamos com a sala e com o serviço de parto humanizado quase todo completo para começar a funcionar”, garante.
No HMI, os médicos trabalham em regime de plantão e, segundo o secretário, há no local, no mínimo, dois pediatras e dois obstetras, além do quadro regular clínico e técnico de funcionários.
Quanto ao regime de plantão, ele também é aplicado ao HMM, como explica Marcone. “Hoje, optamos por colocar os nossos hospitais para funcionar única e exclusivamente em regime de plantão, porque é mais fácil de visualizar o atendimento”, avalia.
No Municipal, ele destaca que há mais problemas estruturais, levando em consideração que o edifício é mais antigo e precisa sempre de ajustes. Entretanto, o secretário diz que há previsão de melhorias, já que o prefeito de Marabá, Tião Miranda, autorizou a realização de uma obra de adequação na unidade de esterilização do hospital.
No HMM são colocados à disposição da população quatro clínicos gerais de plantão no pronto-socorro e um ortopedista, durante o dia. E, à noite, ficam apenas os quatros clínicos, como é informado pelo próprio gestor da SMS. “O hospital funciona, mas também é um pronto-socorro regional. Ainda estamos levantando os dados, mas ali tem uma demanda absurda. Porque em Marabá, a porta de entrada do Hospital Regional é o HMM, então a pessoa não vai de casa direto para lá”, destaca, confirmando que muitas vezes usuários de outros municípios nem são encaminhados ao regional, recebendo atendimento direto no HMM.
Prioridade é investir na Atenção Básica, diz secretário
Marcone Leite, secretário municipal de Saúde fez questão de informar ao Jornal que, na atual gestão, a prioridade é fazer a Atenção Básica de Marabá funcionar com qualidade. “O que nós precisamos fazer funcionar, de forma eficiente, é a rede de Atenção Básica, porque é o que está perto do cidadão. Inclusive, nesta segunda tive uma reunião com o prefeito e ele determinou que tem que funcionar os postos de saúde e que ele não tem problema de investir o valor necessário nisso”, conta.
Ele disse que isto vai auxiliar até mesmo os hospitais, tirando grande carga de atendimento das instituições. Além disso, ele afirma que, com o início da chamada esta semana dos aprovados no polêmico Processo Seletivo da SMS, o sistema de saúde do município vai ter grande melhora. “No geral, o processo seletivo da secretaria de saúde transcorreu tranquilamente, não tivemos grandes problemas. Porque as críticas nós temos que absorver, se forem pertinentes vamos trabalhar para ajustar”, frisou.
Samu
O secretário disse ainda que vai à Brasília esta semana para, dentre outros assuntos, tratar da nova frota de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “O Samu aqui é regional, atende todas essas cidades ao redor, não com ambulâncias, mas com serviço de regulação e atendimento. O que nós estamos discutindo e é uma das razões também da minha viagem à Brasília, é a questão da frota. Hoje nós temos quatro ambulâncias em condições de funcionar, mas nós pegamos essa frota debilitada. Estamos discutindo a possibilidade de renovação”, explicou.
Ele acrescentou também que o Samu tem funcionado com duas a três ambulâncias em Marabá e que com, no mínimo, três médicos para atendimento. “O município tem feito a sua parte, porque o Samu é tripartite: uma parte da união, uma do estado e uma do município. Às vezes, o estado atrasa, deixa de repassar a verba, mas, hoje, eu diria, com relação ao aspecto dos recursos, que está tudo em conformidade”, conclui.
(Nathália Viegas)
Foto: Evangelista Rocha
Fonte: CT ONLINE
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