Proclamação
A ascensão do novo rei ao trono será proclamada pelo Conselho de Ascensão no Palácio de St. James, no período de cerca de 24 horas após o anúncio da morte da rainha.
Esta é a única ocasião em que o Conselho Privado é convocado. O conselho é formado por cerca de 500 notáveis, que inclui parlamentares, ministros e funcionários públicos. Após o término do Conselho de Ascensão, a proclamação será lida do terraço principal do Palácio de St. James por um funcionário conhecido como Rei de Armas da Jarreteira.
A leitura da proclamação principal será seguida de uma salva de 41 tiros de canhão no Hyde Park e de 62 tiros na Torre de Londres.
Também serão lidas proclamações na City londrina – o centro financeiro do país -, nos portões do Castelo de Edimburgo, na Escócia, e no Castelo de Hillsborough, em Belfast, na Irlanda do Norte.
O hino nacional “God save the queen” (“Deus salve a rainha”) será imediatamente alterado para saudar o novo rei e assim passará a ser “God save the king” (“Deus salve o rei”).
A coroação é o ponto alto da ascensão ao trono e é uma cerimônia simbólica: um serviço religioso, realizado na Abadia de Westminster e presidido pelas mais altas autoridades da Igreja Anglicana.
Por causa do preparo necessário para uma cerimônia desse porte, não é provável que a coroação ocorra pouco tempo depois da proclamação de Charles como rei. A Rainha Elizabeth 2ª ascendeu ao trono em fevereiro de 1952, mas só foi coroada em junho de 1953.
Faz 900 anos que a cerimônia é realizada na Abadia de Westminster- William o Conquistador foi o primeiro monarca a ser coroado lá e Charles será o 40ª . A cerimônia vai ser conduzida pelo arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja Anglicana. O momento mais esperado é quando ele colocará a coroa de St Edward, de 1661, na cabeça de Charles.
Esta coroa só é usada no momento da coroação e pesa 2,23 kg. Diferentemente dos casamentos reais, a coroação é uma cerimônia de Estado- o governo arca com os custos e decide a lista de convidados.
Luto comandado pelo novo rei
O primeiro compromisso do novo rei é comandar o luto nacional por sua mãe.
Uma grande e meticulosamente planejada operação já começou. Espera-se que cinco dias depois da morte, o caixão com o corpo da rainha seja levado numa tradicional carruagem de artilharia do Palácio de Buckingham ao Palácio de Westminster.
Ele deve passar três dias em Westminster Hall para que o público possa prestar suas homenagens.
Nove dias após a morte, deve acontecer o funeral de Estado da rainha Elizabeth 2ª, na Abadia de Westminster.
A Grã-Bretanha não vê um funeral de Estado desde 1965, quando morreu o ex-premiê Winston Churchill, que liderou o país na Segunda Guerra Mundial.
Os funerais da princesa Diana, em 1997, da rainha-mãe, em 2002, e da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, em 2013, foram grandes eventos cerimoniais e não tiveram status de funeral de Estado. Nem mesmo a cerimônia fúnebre do marido da rainha, o príncipe Philip, duque de Edimburgo, em 2021, foi um funeral de Estado. Ele foi enterrado segundo o protocolo correspondente a uma cerimônia real.
Após o funeral, o caixão com o corpo da rainha será levado na carruagem de artilharia, conduzida por militares da Marinha até o Castelo de Windsor, onde a rainha Elizabeth 2ª será enterrada, na Capela de St. George.
Seus restos mortais ficarão ao lado dos do pai e da mãe.