A geração Z, nome dado às pessoas nascidas entre 1995 e 2003, e os millennials, os nascidos entre 1983 e 1994, se sentem profundamente preocupados com o próprio futuro, mostra pesquisa realizada pela Deloitte.
As duas gerações no Brasil estão menos propensas a deixar seus empregos atuais nos próximos dois anos – 36% da geração Z (no ano passado eram 49%) e 28% dos millennials (no ano passado, eram 34%).
Por outro lado, 30% dos brasileiros da geração Z (22% em 2021) e 41% dos millennials (39% em 2021) pretendem ficar mais do que cinco anos nos trabalhos atuais.
Apesar disso, ambas as gerações no Brasil são mais propensas a viver do salário do mês do que as médias globais – sem reservas e com medo de que o salário não seja suficiente para cobrir todas as despesas e os gastos extras – 56% dos entrevistados da geração Z e 57% dos millennials afirmam viver essa situação. Já as médias globais caem, respectivamente, para 46% e 47%.
Por isso, muitos estão assumindo trabalhos paralelos (39% da geração Z no Brasil ante 43% global e 38% dos millennials brasileiros ante 32% global).
Os principais trabalhos extras feitos pelas duas gerações no Brasil são:
Mais da metade (51%) dos brasileiros pertencentes à geração Z e quase metade dos millennials (48%) trabalham presencialmente. Porém, a maioria dos entrevistados das duas gerações (65% da Z e 63% dos millennials) prefere um modelo híbrido de trabalho.
Aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar remotamente citam benefícios como permitir que eles vejam sua família com mais frequência, sobrando tempo para fazer outras coisas de que gostam e ajudando-os a economizar dinheiro.
“Essas duas gerações foram muito impactadas nos últimos anos, especialmente quando falamos de trabalho. Desde 2020, eles vivenciaram novas formas de trabalhar, experimentando primeiro o teletrabalho e, posteriormente, o modelo híbrido. Todos esses elementos que a pandemia da Covid-19 trouxe transformou a percepção desses públicos e a relação deles com o trabalho”, diz Dani Plesnik, líder de Talent & Culture da Deloitte.
De acordo com a pesquisa, a ansiedade aumenta entre a geração Z e diminui entre os millennials, mas o burnout está presente nas duas gerações.
Os níveis de estresse e ansiedade aumentaram um pouco para a geração Z no Brasil (de 54% no ano passado para 56% em 2022), mas caíram para os millennials (de 52% para 47%). As mulheres das duas gerações, tanto no Brasil quanto fora, responderam que se sentem mais ansiosas, o tempo todo ou na maior parte do tempo.
No Brasil, o futuro financeiro de longo prazo (62% geração Z e 50% millennials), as finanças do dia a dia (57% da Z e 46% dos millennials), as preocupações com a saúde mental (53% e 47%, respectivamente) e o trabalho/carga de trabalho (35% e 26%) são os principais fatores que geram estresse e ansiedade.
Os níveis de burnout são significativamente mais altos no Brasil do que a média global: aqui, 59% dos entrevistados da geração Z e 58% dos millennials dizem se sentir esgotados por causa da intensidade e das demandas do trabalho. As médias globais são de 46% e 45%, respectivamente.
Muitos dos entrevistados dizem que deixaram suas organizações recentemente devido à pressão de suas cargas de trabalho: 50% da geração Z e 51% dos millennials, ante 44% e 43%, respectivamente, da taxa global.
Aproximadamente dois terços das duas gerações no Brasil (66% da geração Z e 68% dos millennials) acreditam que seus empregadores estão mais focados na saúde mental no local de trabalho depois do início da pandemia, mas mais da metade não acredita que isso tenha resultado em qualquer impacto significativo sobre os funcionários.
Três em cada 10 pessoas da geração Z e dos millennials não se sentem à vontade para falar com seus gestores sobre estresse ou outros problemas de saúde mental. Cerca de um quarto tirou uma folga do trabalho devido ao estresse, mas mais da metade não disse ao empregador o motivo.
Os millennials se mostraram um pouco mais propensos a se sentir à vontade para dizer ao empregador quando precisam de uma folga devido ao estresse ou motivos de saúde mental.
Se estivessem no comando das empresas, os entrevistados brasileiros da geração Z priorizariam iniciativas como:
Já os millennials brasileiros priorizariam, nesta ordem:
Em comparação com o ano passado, as duas gerações estão mais otimistas no Brasil em relação às situações econômica e sociopolítica nos próximos 12 meses. Quanto à situação econômica, 56% dos respondentes da geração Z e 61% dos millennials acreditam que ela irá melhorar nos próximos 12 meses – no ano passado, esses números eram de 39% e 50%, respectivamente.
Em relação à situação sociopolítica, 51% da geração Z e 60% dos millennials acreditam que ela vai melhorar no mesmo período – em 2021, os números eram de 32% e 44%, respectivamente.
Os brasileiros são muito mais otimistas do que as médias globais: apenas 28% dos entrevistados de geração Z e 28% de millennials globais acreditam numa melhora econômica. E os números são ainda menores quando perguntados sobre a situação sociopolítica – 24% da geração Z e 25% dos millennials.
Fonte: g1.globo.com
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