No momento, a Rússia assumiu o controle sobre a maioria das cidades portuárias da Ucrânia e não permitia o trânsito livre na região.
Ainda não há detalhes sobre o conteúdo do acordo, mas com esse desenvolvimento países da Europa e da África (principais compradores) poderão voltar a consumir os produtos originários do solo ucraniano.
Este é o primeiro grande acordo assinado por ambos os lados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Ele foi intermediado pela ONU e pela Turquia.
Segundo Ancara, este documento permitirá que os grãos ucranianos bloqueados pela guerra saiam do Mar Negro e um alívio das restrições ao transporte de alimentos produzidas pela Rússia.
A Ucrânia reagiu com cautela ao anúncio.
“A delegação ucraniana só apoiará soluções que garantam a segurança das regiões do sul da Ucrânia, uma posição forte das forças armadas ucranianas no Mar Negro e a exportação segura de produtos agrícolas ucranianos”, disse à AFP o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko.
A Rússia garantiu nesta sexta-feira que é “muito importante” permitir a exportação de grãos bloqueados nos portos ucranianos. “É uma parcela relativamente modesta do grão ucraniano, mas é muito importante que chegue aos mercados internacionais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
“Hoje há um farol no Mar Negro”
O Secretário-geral da ONU, António Guterres, falou durante o evento e defendeu a importância do acordo entre todas as partes. Segundo ele, o acordo não busca favorecer nenhum dos dois lados, mas ajudar o mundo que começava a encarar uma crise alimentar.
Leia o discurso completo abaixo:
“Hoje há um farol no Mar Negro. O farol da esperança. O farol da possibilidade. O farol de alívio em um mundo que precisa mais do que nunca.
Muito obrigado aos representantes da Federação Russa e da Ucrânia. Vocês superaram obstáculos e deixaram de lado as diferenças para abrir caminho para uma iniciativa que servirá aos interesses comuns de todos.
A promoção do bem-estar da humanidade tem sido o foco dessas conversações. A questão não tem sido o que é bom para um lado ou para o outro. O foco tem sido no que é mais importante para as pessoas do nosso mundo.
E que não haja dúvidas – este é um acordo para o mundo. Trará alívio para os países em desenvolvimento à beira da falência e as pessoas mais vulneráveis à beira da fome, e ajudará a estabilizar os preços globais dos alimentos”.