Mesmo sem a tradicional festa de Carnaval, em função da pandemia do novo coronavírus, o período que normalmente seria dedicado à comemoração acabou aumentando os índices de violência contra a mulher em Marabá. Em muitos casos, a bebida alcoólica foi o combustível para que os homens descontassem as próprias frustrações nas companheiras ou ex. Conforme a Polícia Civil, foram registrados 10 procedimentos neste sentido nos últimos dias.
O caso mais grave ocorreu na noite de segunda-feira (15), quando uma vítima foi parar no Hospital Municipal de Marabá após ter sido baleada no Núcleo São Félix pelo companheiro, cujo nome não foi divulgado.
“Ele efetuou disparo de arma de fogo nela e logo e em seguida empreendeu fuga. Até o presente momento a mulher se encontra internada e a investigação está adiantada. É questão de tempo para a polícia conseguir prender esse suspeito”, garantiu o superintendente regional de Polícia Civil, delegado Thiago Carneiro, na manhã desta quarta-feira (17).
O baleamento aconteceu em uma chácara, por volta das 19 horas. Conforme informações colhidas pela Polícia Militar, familiares do suspeito socorreram a mulher, mas as autoridades não foram acionadas. Pessoas ligadas à vítima, no entanto, procuraram posteriormente a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) informando o crime.
MARIA DA PENHA
Entre a sexta-feira (12) e esta terça (16) diversos outros casos tendo elas como alvo foram registrados na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil. No primeiro dia, às 22h30, no Bairro da Paz, um homem agrediu a companheira com puxões de cabelo, tapas no rosto e enforcamento após ambos terem discutido. Ele estava alcoolizado.
Na madrugada de sábado (13), por volta de 1 hora, na Folha 06, Nova Marabá, uma mulher comunicou à Polícia Militar ter sido agredida com socos e puxões de cabelo pelo ex-namorado, de quem estava separada há um mês. Conforme a vítima, ele tomou o aparelho celular dela e a agrediu após a cobrança para que devolvesse o objeto. O homem já tinha passagem pela polícia.
Na madrugada de domingo (14), no Residencial Tocantins, no Núcleo São Félix, uma vítima foi agredida após pedir que o companheiro parasse de beber. O homem se irritou e a jogou no chão. Durante o dia, por volta das 14 horas, ela foi novamente agredida ao informá-lo que iria deixar a residência e ir para a casa da mãe. O homem a empurrou em cima o fogão e desferiu socos e tapas na mulher, deixando-a com lesões aparentes. Ele só parou quando a vítima disse que chamaria a polícia.
Novamente no Bairro da Paz, um casal brigou pela manhã e o homem saiu de casa, mas retornou à tarde com um facão em mãos, tentando atingir a companheira. Por sorte dela, acabou preso em flagrante pela Polícia Militar. Às 16 horas, no São Félix II, mais um homem foi para a cadeia após a vítima ser encontrada por policiais com escoriações no braço.
À noite, às 20h10, no Bairro Liberdade, também alcoolizado, um homem agrediu a companheira e mais uma mulher. Já às 23h40, no Bairro Laranjeiras, uma briga de casal foi denunciada e a PM encontrou a vítima com lesões no rosto, principalmente na testa.
Na madrugada de quarta (16), no Bairro Laranjeiras, um homem agrediu a namorada, por volta de 3h45. Ela foi encontrada com lesões no olho e na testa. O homem alegou que estava apenas se defendendo das agressões da mulher, mas ela solicitou medidas protetivas contra ele.
“O que mais surpreendeu nesse período foi a situação de Maria da Penha. Todos foram autuados, a maioria deles por lesão corporal dolosa e todos responderão perante a justiça pela Lei Maria da Penha”, concluiu o delegado Thiago Carneiro. (Luciana Marschall – com informações de Evangelista Rocha)
Fonte: correiodecarajas.com
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