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Viva La Vida: família de SP veio para o Rock in Rio para pagar promessa de filha pela recuperação do pai, intubado com Covid

O representante comercial Giovando Oliveira ficou internado na UTI por 9 dias com 90% do pulmão comprometido por causa da doença. Família cumpriu promessa de levá-lo para ver banda favorita ao vivo.

O show do Coldplay, no último sábado (10), foi mais do que a oportunidade de ver uma grande atração internacional no Palco Mundo do Rock in Rio. Para uma família de São Paulo, era a realização de um sonho. Ano passado, o representante comercial Giovando Oliveira ficou nove dias intubado por causa da Covid. Muito fã da banda, a filha dele, Giovanna Tozadori, fez uma promessa quando ele estava na UTI: “Você vai voltar para a gente ouvir ‘Viva La Vida’ juntinhos ao vivo”.

A promessa foi cumprida no penúltimo dia do festival, quando Giovando acompanhou ao lado da filha e da esposa, Rosemeire Tozadori, a apresentação da banda inglesa. A música favorita da família foi cantada duas vezes por Chris Martin, vocalista do grupo.

“É uma coisa boa estar vivo. Estar ali, naquele momento”, disse Giovando ao g1.

Em abril do ano passado, a família, que é de São Paulo, adoeceu por causa da Covid. Além de Giovanna, o casal também tem outros dois filhos. Todos ficaram isolados juntos.

O quadro de Giovando se agravou. Inicialmente levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ele ficou três dias em uma cadeira.

Rosemeire alugou uma ambulância que o levou até uma unidade particular, onde ainda ficou dois dias na emergência até abrir uma vaga na UTI. Ele estava com 90% dos pulmões comprometidos.

“A minha filha era a mais forte de casa, estávamos todos com Covid. Um dia ela falou para mim: ‘se o meu pai sobreviver, quando o Coldplay vier, eu vou levar ao show’”, contou Rosemeire.

Após a ligação de que ele tinha sido extubado e estava se recuperando, virou prioridade cumprir a promessa.

“Eu ouvia a música quando estava orando para ele, quando ele estava sedado. E ouvir a música ao lado dele é uma emoção”, afirmou Giovanna.

Ingressos

Comprar os ingressos não foi fácil. Os bilhetes para o dia de shows se esgotaram em 27 minutos, rapidez que só perdeu para Justin Bieber, que em 12 minutos vendeu tudo.

Em São Paulo, a banda lotou quatro dias de apresentações — que ainda vão acontecer, em outubro.

Para conseguir os ingressos, ela passou a pesquisar nos grupos de redes sociais. Cada um dos três ingressos foi adquirido de compradores diferentes. E não foi fácil. Giovanna chegou a sofrer um golpe antes de conseguir os ingressos verdadeiros.

Show

Com hospedagem e ingressos, a busca foi para ver o show de perto. A família chegou à Cidade do Rock ao meio-dia. Logo após a abertura dos portões, Giovando foi correndo para a grade do palco Mundo. A espera foi longa.

“Assim que a gente chegou, ele quis ficar na grade. A gente ficou lá, fez amizade. Depois do show do Bastille, começou a chover. Na chuva, minha mãe saiu às 20h, ela não estava aguentando de frio. Umas 23h, ele pensou em desistir. Mas faltava só uma hora”, disse a filha.

Toda a família é unânime em afirmar que, quando a banda entrou no palco, o cansaço foi embora.

Ouvir a música no Rock in Rio teve um sabor especial depois dos momentos de sofrimento. Giovando é fã da banda pelo menos desde o lançamento de “Viva la Vida”, em 2008. A canção, que tem várias interpretações e cita altos e baixos, virou algo da família.

“Ele foi ao show e assistiu do começo ao fim. Eu morri de chorar”, disse Rosemeire.

Depois do show, Giovando relembra que ficou surpreso quando foi abordado pela filha logo após chegar em casa da internação.

“Quando eu cheguei, a primeira coisa que ela fez foi me falar que a gente ia ao show do Coldplay”, recorda.

No domingo (11), Giovanna fez uma postagem no Twitter falando da experiência da família. Até a publicação desta reportagem, tinha mais de 50 mil curtidas. Ela se surpreendeu não apenas com a apresentação dos ingleses, mas também com a reação positiva das pessoas.

“A gente ficou encantado”, conclui Giovanna.

Rosemeire, que está com Giovando há 21 anos, fica emocionada cada vez que relembra o caminho que percorreram até chegar à realização do sonho. Mesmo assim, ela não perde o bom humor.

“Ele é chato, ranzinza, briga por tudo, mas está aqui com a gente”, afirmou Rosemeire, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Fonte: g1.globo.com



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